Para acolher a pequena Beatriz Pantel, uma aluna de ginástica artística de 6 anos com síndrome de Down, funcionários do Centro de Treinamento Amigos do Esporte, em Belo Horizonte, fizeram um collant igual ao dela para a boneca que a criança sempre leva às aulas.
A mãe da menina, a corretora de imóveis Juliana Pantel, conta que os funcionários da escola de ginástica e judô perceberam que Bia é muito apegada à boneca, que ela chama de Neném, e resolveram presenteá-la.
“Para onde ela vai, leva a boneca. Um deles teve a ideia, tirou as medidas e mandou fazer o collant, igual ao que as alunas de ginástica usam. Ela amou, vibrou muito, e ainda nem tirou a roupinha da boneca”, conta a mãe ao BHAZ.
Amor pela ginástica
Sempre que assistia a uma apresentação de ginástica artística na televisão, Beatriz vibrava, tentava imitar as atletas e fazia aberturas dentro de casa. Em 2019, a mãe procurou uma escola onde a criança pudesse praticar o esporte.
“Antes, ela só tinha feito natação, mas era muito nova. Há dois anos e meio, ela teve uma pneumonia grave e desde então não tinha praticado nada. Agora, ela acompanha as aulas, é estimulada e adora ir à escola de ginástica. Nas Olimpíadas deste ano, então, ficou mais apaixonada ainda”, diz Juliana.
Ainda segundo a mãe, os professores do CT sempre incentivam Bia a superar os próprios limites e a pequena se dá muito bem com as outras crianças.
Inclusão
Para Juliana Pantel, inclusão é não deixar que eventuais dificuldades impeçam a filha de ser vista como mais uma criança. “Eu levo ela para todos os lugares, não vejo problema, ela é super capaz de tudo”, conta.
“Cada um tem seu tempo, mas nunca penso que ela não vai conseguir conquistar alguma coisa porque tem síndrome de Down. E ela também não pensa assim, acompanha tudo e quer fazer tudo que as outras crianças fazem. Isso, para mim, é inclusão”, finaliza a mãe.
CT Amigos do Esporte
Fundado em agosto de 2016, o Centro de Treinamento Amigos do Esporte tem como objetivo aumentar o acesso de crianças e adolescentes a modalidades não populares.
Apesar de 92% dos pequenos atletas estarem matriculados na ginástica artística, o CT é referência também em judô adulto e infantil a partir dos 3 anos. A escola conta com três ginásios nos bairros Padre Eustáquio, Buritis e Santa Amélia.
“Nossa expectativa é chegar a mil alunos até o final do ano, além de uma nova casa nas adjacências do bairro Cidade Nova, região nordeste de Belo Horizonte”, conta Tiago Gusmão, um dos fundadores.