Estudante Monique foi morta por estrangulamento, aponta laudo da Polícia Civil

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Monique foi morta por estrangulamento no apartamento em que morava em Contagem (Arquivo pessoal)

A estudante Monique Ferreira da Costa, encontrada às margens da BR-040 na região Central de Minas, foi agredida e morta por estrangulamento. Em coletiva concedida hoje (27), a Polícia Civil informou que o corpo dela foi encontrado debaixo do Viaduto Vila Rica, em Itabirito, enrolado em um plástico bolha e um cobertor.

As apurações tiveram início depois que a mãe da jovem registrou o desaparecimento da filha na Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), no dia 15 de fevereiro. Durante relato, a mulher apresentou plena convicção de que algo teria acontecido à filha, apontando ainda o namorado da jovem como principal suspeito pelo desaparecimento.

Nesse dia, o investigado acompanhou à mãe da vítima até a delegacia e afirmou não saber o que teria acontecido à então namorada. Segundo relatos, a jovem foi vista pela última vez na feira do Palmital, em Santa Luzia, onde trabalhava com a mãe.

Por meio da análise de imagens de circuitos de segurança, a polícia constatou que a vítima, após o trabalho, teria ido para casa, no município de Contagem, onde foi morta.

Ex-namorado é preso

No sábado (25), o ex-namorado de Monique, Luis Gustavo Lopes Silva, foi preso pelo crime de fraude processual. Ele foi detido no apartamento da vítima ao tentar retirar objetos possivelmente relacionados ao crime.

A Polícia Civil representou pela conversão da prisão do suspeito pelo crime de feminicídio. Às autoridades, o homem confessou que tinha planos de fugir para São Paulo.

Segundo a polícia, ele estava acompanhado por um amigo, um chaveiro e um motorista de caminhão, contratado para fazer o transporte dos objetos, como a cama e o colchão da vítima.

Investigação

Investigações apontam que Monique Ferreira da Costa foi morta por estrangulamento, na noite do dia 13 de fevereiro, dentro do apartamento em que morava, no bairro Jardim Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

“A última informação que nós tivemos da vítima foi uma mensagem de Whatsapp. Ela tinha combinado de ir a uma festa com uma amiga e, por volta das 22h horas, ela encaminhou essa mensagem desmarcando, falando que teria acontecido um problema e que ela estava indo para a delegacia”, conta a investigadora Bianca Landau.

O delegado Alexandre Oliveira, que coordena as investigações, conta que no dia em que a mãe da vítima e o suspeito foram até a delegacia para registrar o desaparecimento da jovem, o engenheiro contou aos policiais que devia a um agiota e estava sendo ameaçado, motivo pelo qual a namorada poderia ter sido sequestrada.

“No entanto, ele tinha algumas marcas no antebraço e no braço, também estava muito nervoso”, aponta Alexandre. Com base em investigações, a PCMG constatou que a última pessoa que esteve com a vítima teria sido o suspeito.

Colchão sujo de sangue foi cortado

Por meio de imagens de câmeras de segurança, foi possível apurar que ele deixou o apartamento da jovem por volta das 3h da madrugada, contradizendo a versão dada por ele, que alegou ter saído do local às 23h.

Investigações apontam, ainda, que antes de ser estrangulada a jovem possivelmente foi agredida, deixando vestígios de sangue no colchão. Por esse motivo, o investigado teria voltado ao apartamento, na tentativa de retirar o objeto do local.

O colchão foi encontrado com parte da espuma retirada, porém, peritos encontraram vestígios de sangue nas bordas do local onde foi retirado a espuma. Uma das linhas de investigação aponta que a motivação para o crime pode estar relacionada a atritos entre o casal em virtude de dívidas do suspeito com um agiota.

“Ela pagou umas dívidas anteriores, ele queria mais dinheiro para continuar pagando o agiota e ela [vítima] se cansou desse fato”, pontua o delegado.

Suspeito cortou parte do colchão (PCMG/Divulgação)
Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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