“Infelizmente, há o preconceito de pessoas que não querem adotar animais de pelagem preta. Muitos acabam ficando nos abrigos e chegam a falecer”.
A frase é de Karine Viana, presidente da ONG GPA (Grupo de Proteção Animal) que, neste domingo (5), buscará novos lares a pets Belo Horizonte.
Participando da 40ª edição do Festival Paraíso Veg, no espaço By Bia, no bairro Estoril, a ONG levará nove cães – incluindo pretinhos – e uma gatinha cinza para adoção. O evento terá entrada gratuita, festival gastronômico e, é claro, a chance de fazer o bem.
A ênfase será na adoção de bichinhos pretos, justamente por todo o estigma envolvendo o grupo. Em conversa com o BHAZ nesta quarta-feira (1º), Karina conta que os abrigos parceiros da ONG têm sempre um alto índice de animais escuros. A intenção é dar a oportunidade de os pets encontrarem uma família.
Estigma de agressividade e azar
“Temos dois de pelagem preta, de porte grande. Um deles é o Aquiles, que está conosco há quatro anos e nunca teve família. Ele chegou a ficar depressivo e acabamos retirando do abrigo, hoje vários voluntários se revezam para ficar com ele em suas próprias casas”, lamenta.
Segundo Karina, muita gente acredita que animais pretos são mais agressivos eque trazem azar. Quem nunca ouviu para ficar longe de gatinhos pretos na sexta-feira 13, não é verdade?
“As pessoas têm preconceito de achar que são mais agressivos por conta da cor escura, nas fotos também não aparecem tanto. Acham que não é bonito, que o preto acaba sendo uma desvantagem”, afirma.
“A adoção não deve ser escolhida por cor, idade ou sexo do animal. A gente tem que olhar pra aquela vida”, defende.
Karine fundou a ONG Grupo de Proteção Animal em março de 2016, com outros voluntários. Ao todo, a equipe já resgatou aproximadamente 400 animais. Hoje há 59 cães e 15 gatos procurando um novo lar na capital mineira.
Como fazer uma adoção responsável?
Para adotar um cão ou gato da ONG, é preciso ter ao menos 21 anos. No ato, o interessado deve apresentar comprovante de residência, identidade e passará por uma entrevista.
Caso a análise de perfil mostre condições adequadas para cuidar do bichinho, o novo tutor assinará um termo de adoção.
Caso a intenção seja adotar a gatinha, é importante ter a casa ou apartamento telado para evitar rotas de fuga.
Se você tem interesse de adotar um cachorro, leve uma guia e peitoral para o evento. Já se deseja levar a gatinha para casa, providencie uma caixa de transporte.
A feira de adoção organizada pelo GPA será neste domingo (5), das 11h às 15h, na rua José Laporte Neto, nº 73 – Estoril, em Belo Horizonte. Em caso de adoção, a ONG fará visitas periódicas para confirmar que o pet conseguiu se adaptar.