A greve de professores em Belo Horizonte chegou ao fim nesta sexta-feira (4), após quase um mês de paralisação. Profissionais da rede municipal aceitaram a última proposta de reajuste da Prefeitura em assembleia realizada na Praça da Estação, no Centro da capital.
Ao BHAZ, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede-BH) confirmou que a decisão pelo fim da paralisação levou em conta o “risco de judicialização e criminalização da greve”.
Na manhã de hoje, a Prefeitura de Belo Horizonte e representantes do comando da greve se reuniram mais uma vez no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para uma audiência de conciliação. Durante o encontro, o Executiovo propôs um reajuste de 2,49% mais um índice de 2,4% (referente às perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022).
O pagamento será feito em fevereiro de 2026, com valores retroativos a janeiro do mesmo ano. A maioria dos profissionais presentes na assembleia aprovou a proposta.
Greve
A greve foi aprovada no dia 5 de junho. Os profissionais rejeitaram a primeira proposta de reajuste salarial apresentada pelo Executivo Municipal, que ofereceu um aumento de 2,49% aos educadores. O índice, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede-BH), está abaixo do reajuste do Piso Nacional do Magistério para 2025, fixado em 6,27%.
A decisão de acabar com a paralisação vem um dia após a primeira audiência de conciliação entre PBH e o comando da greve, realizada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. As partes não chegaram a um acordo nessa quinta-feira (03) durante o encontro, mas o sindicato sinalizou que estaria disposto a negociar a volta das atividades com um índice de reajuste que englobe os 2,49% já oferecidos + 2,4% (referente às perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022).
Durante a reunião no Tribunal de Justiça, a prefeitura reconheceu o valor das perdas inflacionárias, mas sugeriu que o aumento ficasse para maio de 2026 – proposta inicialmente rejeitada pela categoria.
“Para os trabalhadores, a greve ultrapassa a questão salarial: representa também uma luta por dignidade, valorização profissional e respeito. É esse o sentimento que tem mantido a mobilização em alta e fortalecido a unidade da categoria”, diz o Sind Rede-BH em nota
Negociação
Conforme o Município, o reajuste de 2,49%, recompõe a inflação registrada nos quatro primeiros meses deste ano. “A inflação de 2024 não foi levada em consideração porque o reajuste concedido no ano passado já contemplou todo o índice registrado e ainda houve ganho real nos contracheques”, diz o Executivo em comunicado.
Além do reajuste, a administração municipal comprometeu-se a quitar, até o final deste ano, das férias-prêmio calculadas e já processadas no primeiro semestre. De acordo com a PBH, um adicional de até R$ 30 milhões será destinado para o cumprimento do plano.
“As férias-prêmio são concedidos a cada cinco anos de trabalho, quando o servidor adquire o direito a três meses de licença remunerada. No caso da Educação, há possibilidade também de recebimento do benefício em espécie”, explicou.
O Executivo prometeu também a correção inflacionária de 12 meses, ou seja, de maio a abril de 2026. O período corresponde à data-base fixada para o funcionalismo municipal, que é 1º de maio de cada ano. “Além disso, será feita a recomposição escalonada das perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022, medidas pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], ao longo dos próximos dois anos”, completa.
A PBH disse ainda que vai nomear 376 profissionais para os anos iniciais e outros professores aprovados em concurso vigente.