Dois irmãos gêmeos de 31 anos receberam alta após uma dura batalha contra a Covid-19. Apesar de jovens, praticantes de atividade física e sem nenhum tipo de comorbidade, Bruno e Breno passaram cinco dias intubados no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Eduardo de Menezes, na região do Barreiro em Belo Horizonte, após se infectarem com a doença.
“Usávamos máscara e álcool em gel 70% o tempo todo no trabalho – que é onde provavelmente nos infectamos – mas, vez ou outra, nos descuidávamos. A gente imaginava que, pela nossa idade e por não termos nenhum problema de saúde, mesmo se pegássemos o vírus, não teríamos nenhuma complicação. Mas, infelizmente, não foi assim”, confessa Bruno Leonardo Santos.
O jovem conta que foi no oitavo dia com sintomas da doença que o estado de saúde dele e do irmão começou a se complicar. “Já estávamos fazendo uso de alguns medicamentos receitados no posto de saúde, desde o quarto dia. Porém, no oitavo tivemos muita febre e já nos sentíamos extremamente cansados”, explica.
“Quatro dias depois, os sintomas se agravaram e estávamos com saturação baixa e muita dificuldade para respirar. Fomos atendidos pelo Samu, que nos levou para a UPA. Lá, ficamos até anoitecer, respirando com dificuldade mesmo com máscara de oxigênio. Meu irmão acabou sendo intubado e, no mesmo dia, fomos transferidos para o CTI do HEM, onde recebemos toda atenção das equipes e o suporte necessário”, relata Bruno.
Companheiros de tratamento
Para Breno Henrique Santos, que permaneceu por 11 dias no CTI da unidade, reencontrar o irmão no quarto, depois de dias de incertezas e medos, representou um momento de grande alegria. “Foi uma surpresa, ao chegar no quarto, saber que eu o dividiria com meu irmão”, lembra.
De acordo com o gerente do CTI do Eduardo de Menezes, Aguinaldo Bicalho Júnior, os irmãos foram tratados por uma equipe multidisciplinar, que conta com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. “Felizmente, os dois evoluíram com melhora durante a internação. Conseguimos extubá-los após cinco dias, sendo que o Bruno teve alta do CTI e, algum tempo depois da enfermaria, dias antes do Breno”, relata o médico.
‘Foram dias difíceis’
Para Breno, a sensação de rever a família foi indescritível. “Eu só conseguia chorar e agradecer por aquele momento. Pessoas muito especiais estiveram comigo, me acolhendo, ajudando, orientando, incentivando, fortalecendo e ensinando muito sobre o que de fato nós precisamos para sermos felizes e o que realmente importa em nossas vidas”, afirma.
Bruno, que teve alta dias antes do irmão, também diz ter mudado a forma de enxergar a vida após 13 dias hospitalizado. “Foram dias difíceis, de muita luta e orações. Essa experiência me fez enxergar o verdadeiro valor das coisas simples da vida e a importância da família e dos amigos”, ressalta.
Com Agência Minas