Homem é preso em hotel de BH por golpe do book fotográfico em 36 vítimas

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Suspeito foi preso em flagrante enquanto aplicava os golpes do book fotográfico em estúdio num hotel de BH (Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil prendeu em flagrante um homem de 27 anos por suspeita de aplicar o golpe do book fotográfico, nessa sexta-feira (11), em BH. Segundo a corporação, ele prometia contratar crianças para trabalhar como modelos, ludibriando os pais e responsáveis.

Até agora, a Polícia Civil identificou 36 vítimas dos golpes do suspeito. Essas pessoas teriam sofrido prejuízos de cerca de R$ 50 mil.

“As vítimas eram abordadas em um espaço público da capital por pessoas que prometiam um futuro promissor de modelos mirins, com os filhos inseridos em empresas de publicidade”, explicou a chefe do Defam (Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família), a delegada Carolina Bechelany.

Famílias procuravam melhora financeira

Segundo a chefe do departamento, a maioria dos casos envolve famílias simples que vislumbravam nessa possibilidade uma ascensão financeira.

Na prisão em flagrante, em um hotel no Centro de BH, com várias crianças presentes, representantes disseram que haveria um cachê entre R$ 500 e R$ 1 mil. Porém, o pagamento não ocorreu.

O local tinha toda a estrutura de um estúdio, com equipamentos de filmagem e fotografia, roupas, maquiagens e prestadores de serviço. Duas crianças estavam sendo fotografadas com roupas e óculos que, em tese, seriam de uma marca contratante.

Marcas usadas para os golpes

“Para fazer o trabalho com essas crianças seria necessário um alvará da Justiça do Trabalho, o que não existia. Todas as evidências são de que as marcas, que não são de BH, sequer sabiam que estavam sendo usadas na fraude”, destacou a delegada.

“Os óculos e as roupas, usados pelas crianças, eram falsificados, de lojas populares”, acrescentou. Durante conversa com uma mãe presente, ela disse que havia feito um contrato no valor de R$ 3 mil, já tinha efetuado o pagamento e teria que pagar mais.

No local, a Polícia Civil apreendeu o celular do suspeito, um notebook com fotografias das crianças, contratos e outros materiais, como óculos e vestuário infantil.

Serviço parecia real

O delegado Diego Lopes da Depca, que também atuou na prisão, disse que os golpes pareciam reais. Isso porque o local tinha todo um aspecto de legalidade, com fotógrafos e uma estrutura de estúdio.

“Em depoimento, o suspeito disse que seriam vendidas as fotos somente, ou seja, era prometido um trabalho publicitário de engajar as crianças no mundo da moda e ao fim limitavam a entregar as fotografias feitas”, explicou o delegado.

“Pela investigação, a empresa, que é uma agência publicitária de captação, possui CNPJ e tem sede física em SP, então obrigatoriamente deveriam emitir nota fiscal de prestação de serviços”, concluiu.

As investigações seguem em andamento.

Com Polícia Civil

Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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