Greve e fechamento do metrô às 9h30 levam incerteza a belo-horizontinos

Vitor Fórneas/Bhaz

O Sindicato dos Metroviários (Sindimetro) anunciou nessa segunda-feira (28) uma greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica aumento salarial. A partir da decisão, o metrô da capital só deve funcionar até às 9h30. Além de viagens lotadas, passageiros já relatam preocupação com a volta para casa. A expectativa de muitos é de que os ônibus voltem a circular normalmente, como informou o prefeito Alexandre Kalil. No entanto, o clima é de incerteza. “Só Deus sabe”, diz um usuário, caso não consiga pegar ônibus mais tarde.

Metroviários se mobilizam por aumento salarial e outros direitos (Vitor Fórneas/Bhaz)

Kalil disse que os ônibus voltam a funcionar 100% nesta terça para reduzir os efeitos da greve dos metroviários. A medida ocorre por conta de um reabastecimento nas garagens das empresas de transporte. Sem o metrô, no entanto, os coletivos devem registrar superlotação.

O comerciante Antonio Carlos Carvalho usa o metrô diariamente e espera conseguir pegar um ônibus para voltar para casa. Ele conta que passou a usar o transporte para economizar com combustível. “Essa greve é repercussão do nosso país, dessa baderna. Uma coisa vem puxando a outra. E a população como sempre é a mais afetada”, explica. “Hoje eu vou ficar na expectativa de pegar um ônibus para voltar pra casa. Se não tiver, só Deus sabe”, lamenta.

O comerciante Antônio espera conseguir voltar para casa de ônibus (Vitor Fórneas/Bhaz)

A aposentada Andrea Luzia Gomes de Oliveira acha a paralisação do metrô um absurdo, por impedir o direito das pessoas de ir e vir. “Todo mundo tem direito de reivindicar, mas a greve está tirando o direito das pessoas de ir e vir. Eu tenho um filho que frequenta isso aqui todos os dias (Estação Central). Alguma coisa tem que ser feita, o povo tem que ir pra rua”, convoca.

Já Maria Aparecida Miranda, salgadeira, considera justa a reivindicação dos metroviários. “Apesar de a população sofrer um pouquinho, a gente dá nosso jeito. Faz falta, mas a gente se vira. Os trabalhadores têm direito a ter aumento, a reivindicar os direitos deles. Na hora da volta, eu vou pegar um ônibus no lugar”, explica a mulher, que pega o metrô todos os dias para ir ao trabalho.

A salgadeira Maria Aparecida considera justa a mobilização dos metroviários (Vitor Fórneas/Bhaz)

Vale lembrar que a mobilização dos metroviários não está relacionada à greve dos caminhoneiros, que chega hoje ao nono dia consecutivo. A frota é composta por 35 trens elétricos e não usa diesel. A categoria reivindica um aumento salarial que, segundo os trabalhadores, é aguardado desde maio de 2017.

Alda Santos, diretora do Sindimetro, conversou com o Bhaz na Estação Central. Ela explica que a categoria busca pressionar a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para que direitos dos trabalhadores não sejam retirados. “A principal reivindicação é de que a CBTU nos pague o aumento do ano passado e retorne as negociações de 2018 e 2019. Além disso, pedimos que não retire as 13 cláusulas do acordo coletivo vigente que dizem respeito a direitos dos trabalhadores: plano de saúde, férias, aviso prévio, entre outras. São cláusulas que estão ligadas diretamente ao trabalhador”, explica, garantindo que a greve segue por tempo indeterminado.

Alda Santos, do Sindimetro-MG, conversou com o Bhaz direto da Estação Central (Vitor Fórneas/Bhaz)

O que diz a CBTU

Por meio do Facebook, a CBTU emitiu uma nota a respeito da mobilização dos metroviários. A empresa diz já ter ajuizado uma medida cautelar junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas e que aguarda a apreciação da Justiça. “A Companhia espera que o Sindimetro reconsidere a proposta do Desembargador 1º Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Dr. Márcio Flávio Salem Vidigal, para que seja mantido o funcionamento de 100% dos trens nos picos da manhã (5h30 às 9h) e da tarde (16h30 às 20h), permanecendo em atividade quantos trabalhadores forem necessários para o cumprimento de tal acordo”, diz um trecho.

Veja na íntegra:

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Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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