O forte temporal que atingiu Belo Horizonte na noite de ontem (7) provocou desespero e medo em centenas de moradores da capital. Aos 72 anos, a idosa Maria das Graças, que mora na avenida Bernardo Vasconcelos, apelou para a fé ao e fez uma oração ao presenciar uma mulher sendo arrastada pela força da água.
“A água, senhor Jesus, a água tá alta, meu Deus do céu. Ó Senhor Jesus, tá levando o carro dela. Ela saiu do carro, tá derrubando tudo. Porque essa chuva forte desse jeito, meu Deus do céu? Para essa água, senhor Jesus, eu te peço. São Pedro, Nossa Senhora da Conceição, amanhã é seu dia”, implorou a aposentada, aos prantos, enquanto filmava a cena.
Ainda comovida com a situação, Maria das Graças contou ao BHAZ, na manhã de hoje (8), que nunca imaginou que presenciaria algo semelhante. Por se sentir impotente diante da cena, ela decidiu contribuir com orações.
“Eu nunca passei por um momento tão difícil como passei ontem. Na minha vida, na minha idade, nunca passei. É muito triste, você se sente impotente, sem poder fazer nada. Uma correnteza como nunca vi. A água subia, eu gritava, eu rezava. Elas iam segurando, ninguém podia fazer nada”, relembra.
‘Tinha gente em pé no banco do ponto de ônibus’
“Nunca vi nada parecido“. É esse o sentimento de moradores e comerciantes que trabalham Bernardo Vasconcelos, uma das mais atingidas pelas chuvas de ontem. Davi Bichalho, de 29 anos, mora na altura do bairro Ipiranga e disse ter ficado surpreso com o nível da água;
Em suas redes sociais, ele publicou imagens que mostram carros sendo arrastados pela avenida, na região próxima ao hotel Ouro Minas. Ele conta que não é a primeira vez que alagamentos ocorrem na região, mas afirma que se surpreendeu com a força da chuva.
“A gente assusta, foi bem aqui na frente. Só que dessa vez subiu numa altura absurda. Tem moradores que estão aqui há bem mais tempo do que eu que disseram que nunca viram nada parecido”, declarou.
Já no bairro Santa Inês, na região Leste de Belo Horizonte, um homem que trabalha com o transporte de animais ficou ilhado enquanto ia buscar uma cliente. Ele flagrou pessoas subindo nos bancos dos pontos de ônibus para se proteger do nível elevado da água
“Eu tava a caminho do bairro Fernão Dias e, perto da estação Santa Inês, estava tudo totalmente alagado. Tinha gente até em pé no banco do ponto de ônibus para se proteger da chuva, e a visibilidade estava praticamente zero”, contou Hilário Henrique, em conversa com o BHAZ.
