Idoso completa 100 anos e pede namorada em casamento na Grande BH: ‘Desde a primeira vez eu gostei dela’

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O idoso é paciente Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), em Betim, e pediu a namorada Maria Nilza Rodrigues do Santos, de 57 anos, em casamento (Rafael Assis/Agência Minas)

Osvaldo Pinto da Silva, de 100 anos, resolveu começar 2024 dando um importante passo em sua caminhada. O idoso, que é paciente Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, pediu a namorada Maria Nilza Rodrigues do Santos, de 57 anos, em casamento.

Os pacientes convivem há quase 18 anos na unidade. No fim do ano passado, eles oficializaram o noivado durante a comemoração do centésimo aniversário do seu Osvaldo, conhecido por todos como Paraná.

A psicóloga Débora Gabriele Tolentino Alves acompanha os dois e conta um pouco mais sobre o relacionamento. Segundo ela, Paraná é atendido na unidade há mais de 40 anos por conta da hanseníase. Já Nilza, é paciente há 27 anos por sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC).

“Em 2006, eles começaram a conviver, após a inauguração do prédio da Unidade de Cuidados ao Adulto (UCA), onde vivem atualmente. Já há alguns anos observamos eles sempre próximos, juntos na hora da refeição, nas oficinas terapêuticas, ele buscando água para ela, oferecendo lanche. Perguntei à Maria Nilza se ela estava confortável com as manifestações de carinho por parte dele e ela respondeu que sim, tratando tudo de forma muito natural”, explica.

‘Desde a primeira vez eu gostei dela’

No fim do ano passado, Osvaldo completou 100 anos e a equipe preparou uma festa de aniversário pata ele. Durante a organização, ele disse que queria aproveitar a comemoração para pedir Maria Nilza em casamento, com direito a alianças e tudo mais.

“Em respeito ao desejo dos dois, ao que estavam manifestando naquele momento, providenciamos tudo para que, durante o aniversário, ele pudesse fazer esse pedido. Foi emocionante e eles ficaram muito agradecidos”, conta Débora.

“Os dois vêm de uma história em que esses direitos são negados – ele pela hanseníase e ela por ser uma pessoa com deficiência. E ouvir e apostar nisso é uma forma de valorizar o que eles estão nos trazendo, de manter a autonomia deles enquanto sujeitos de direitos e com desejos. Aqui, eles estão tendo oportunidade de ser alguém: o Paraná, de ser noivo da Nilza; e a Nilza, a noiva do Paraná”, reforça.

O casal agora planeja “dividir os panos” e comprar uma casa em Juatuba, onde Maria Nilza tem uma filha. A ideia é contratar uma pessoa como cuidadora para os dois.

“Eu gosto de você. Desde a primeira vez eu gostei dela. Ela é bonita. Quando o café chega, a gente fica junto. Eu só fico perto dela. Temos que comprar casa e mobília primeiro”, disse Osvaldo.

Com Agência Minas

Edição: Lucas Negrisoli
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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