O Parque Estadual Serra do Rola Moça tem sido, nos últimos dias, castigado por incêndios. Nesta terça-feira (5), o fogo atingiu os mananciais de recarga hídrica, que atendem Belo Horizonte e região metropolitana. Os mananciais são divisores de água dos rios Piracicaba e das Velhas.
Marcus Vinícius Freitas, biólogo e gerente do Parque, em conversa com o Bhaz afirma que a frequência com que ocorrem os incêndios é preocupante.”Após o fogo se alastrar pela vegetação e causar os danos, o espaço demora cerca de 20 a 30 anos para recuperar. Se o fogo acontecesse somente neste ano e depois só daqui 30 anos, por exemplo, tudo bem. Porém, sabemos que não é isso que acontece”, afirma.
09h15-ATUALIZAÇÃO: Pq Rola Moça: Após um sobrevoo p/ reconhecimento e avaliação, no momento, apenas pequenos focos, incêndio sob controle…
— Bombeiros_MG (@Bombeiros_MG) 5 de setembro de 2017
Entre os prejuízos causados estão a extinção de espécies típicas da região. O Parque abriga 15 espécies endêmicas do Estado e corre o risco de perdê-las devido à alta frequência do fogo. Além disso, ele atinge de 6 a 15 cm do solo e prejudica extremamente a penetração da água da chuva. Isso proporciona processos corrosivos, sem falar na extinção da fauna bacteriana, que é de suma importância. “Fato é que o incêndio atrapalha toda a cadeia existente”, diz o biólogo.
Outro fator importante é que o foto ocorre na chegada da primavera, no mês de setembro. Com o fogo destruindo a flora, o processo de polinização das plantas fica comprometido. Isso resulta na ausência da flores e frutos. “Os estragos causados pelo incêndio são imensos. Entre eles, podemos destacar a devastação da beleza cênica, poluição atmosférica e alterações no clima da região”, conclui.
Em agosto, um incêndio de grandes proporções devastou cerca de 48,4 hectares do Parque Estadual Serra da Rola Moça. Neste segundo incêndio, o combate está sendo feito por cerca de 80 pessoas, das quais cerca de 70 são bombeiros e as demais, voluntários.