Incêndio no Serra do Rola Moça atinge mananciais; dano não pode ser calculado

Corporação do Bombeiros realizou reunião para monitorar os incêndios no Parque

O Parque Estadual Serra do Rola Moça tem sido, nos últimos dias, castigado por incêndios. Nesta terça-feira (5), o fogo atingiu os mananciais de recarga hídrica, que atendem Belo Horizonte e região metropolitana. Os mananciais são divisores de água dos rios Piracicaba e das Velhas.

Marcus Vinícius Freitas, biólogo e gerente do Parque, em conversa com o Bhaz afirma que a frequência com que ocorrem os incêndios é preocupante.”Após o fogo se alastrar pela vegetação e causar os danos, o espaço demora cerca de 20 a 30 anos para recuperar. Se o fogo acontecesse somente neste ano e depois só daqui 30 anos, por exemplo, tudo bem. Porém, sabemos que não é isso que acontece”, afirma.

Entre os prejuízos causados estão a extinção de espécies típicas da região. O Parque abriga 15 espécies endêmicas do Estado e corre o risco de perdê-las devido à alta frequência do fogo. Além disso, ele atinge de 6 a 15 cm do solo e prejudica extremamente a penetração da água da chuva. Isso proporciona processos corrosivos, sem falar na extinção da fauna bacteriana, que é de suma importância. “Fato é que o incêndio atrapalha toda a cadeia existente”, diz o biólogo.

Outro fator importante é que o foto ocorre na chegada da primavera, no mês de setembro. Com o fogo destruindo a flora, o processo de polinização das plantas fica comprometido. Isso resulta na ausência da flores e frutos. “Os estragos causados pelo incêndio são imensos. Entre eles, podemos destacar a devastação da beleza cênica, poluição atmosférica e alterações no clima da região”, conclui.

Em agosto, um incêndio de grandes proporções devastou cerca de 48,4 hectares do Parque Estadual Serra da Rola Moça. Neste segundo incêndio, o combate está sendo feito por cerca de 80 pessoas, das quais cerca de 70 são bombeiros e as demais, voluntários.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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