Foram condenados quatro dos cinco jovens acusados de matar um rapaz durante o carnaval de Belo Horizonte no ano passado, nessa quinta-feira (26). Dos cinco acusados, um foi absolvido, outros três tiveram a conduta desclassificada para lesão corporal seguida de morte e o quinto foi condenado por homicídio doloso triplamente qualificado. A briga entre os jovens, de acordo com a denúncia, aconteceu por causa de R$ 10 que seria utilizado na compra de loló.
Na decisão, um homem, de 32 anos, e um jovem, de 23, foram condenados a 8 anos de prisão em regime fechado por lesão corporal grave. Outro foi condenado por lesão corporal grava e cumprirá a pena de 7 anos e 6 meses de prisão em regime aberto. O jovem de 22 anos responsável por dar chutes na cabeça da vítima recebeu uma pena de 15 anos, 4 meses e 15 dias de prisão em regime fechado. Ele foi condenado por homicídio doloso, triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima)
Durante o interrogatório, um dos envolvidos alegou que durante a briga estava muito alcoolizado e que isso foi um dos fatores que contribuíram para agredir a vítima. Porém, afirmou que não conhecia os demais envolvidos nem o jovem que ele agrediu. Já o segundo disse que conhecia tanto a vítima quanto os envolvidos apenas de vista. No momento da confusão ele afirmou ter chutado uma das pernas da vítima.
Um dos jovens interrogados assumiu ser consumidor de drogas, inclusive “loló”, maconha e cocaína. Disse que conhecia de vista a vítima e era amigo de outros agressores e primo de um deles. Assumiu que agrediu a vítima após eles discutirem no centro da cidade e afirmou que a vítima o ameaçou de morte na discussão.
No penúltimo interrogatório houve contradição no depoimento, pois o jovem afirmou que apenas tinha presenciado as agressões. Porém, ele disse posteriormente que deu um soco na vítima devido a discussão por causa do troco na compra e venda de drogas. O quinto acusado disse que se encontrou com a vítima e com alguns jovens na região central da cidade. Admitiu que estava alcoolizado e contou que emprestou uma nota de R$ 10 reais para a vítima usar como canudo para consumir drogas e, quando esta foi devolver, entregou um panfleto.
As defesas dos réus reconheceram as atitudes dos acusados, mas pediram que os juízes considerassem a situação como briga de rua, aceitando dessa forma a tese de lesão corporal. Também foi alegado que a atitude dos jovens foi impensada. Já a representante do Ministério Público pediu a condenação de todos, por homicídio doloso triplamente qualificado, pois, de acordo com ela, todos contribuíram para levar a vítima a óbito. Durante sua fala, ela utilizou o vídeo que registrou o crime.
O crime aconteceu em fevereiro de 2016 no Centro da capital.
Do TJMG
