Chuva em BH: Kalil diz que prefeitura está ‘se preparando para o pior’

Rodrigo Clemente/PBH

Diante da possibilidade de um grande temporal que pode atingir a capital mineira até o próximo sábado (25), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) disse, nesta quinta-feira (23), que a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) está se preparando para o pior.

“Estamos torcendo para não vir o pior, mas estamos nos preparando para o pior”, afirmou o prefeito. “Chuva de 40 minutos, com 100 mm não tem bacia de contenção que segure. Nenhuma cidade do mundo está prevenida para esse tipo de chuva”, acrescentou.

Para evitar tragédias, a PBH retirou 17 famílias que estavam em área de risco, na Vila Biquinhas, na região Norte da capital. As pessoas foram relocadas para pousadas, onde ficarão até o fim do período de emergência.

Quanto as outras regiões de risco da capital, como ocupações, o prefeito disse que o problema não é climático. “É preciso evitar invasões, é um problema muito grave. É um problema crônico que estamos tentando segurar. A PBH não dá alvará para construir em moro que pode despencar, mas, não é porque essas pessoas estão lá, que vamos deixar morrer. Vamos fazer de tudo para salvar. Esse não é um problema meteorológico, é um problema social”, disse.

Segundo o Kalil, a prefeitura disponibilizou 500 lugares para desabrigados, com estrutura completa; 300 servidores para a assistência social; 1,7 mil marmitex para alimentação no restaurante popular, por 24h e cestas básicas para a população atingida.  

Chuva

De acordo com o coronel Waldir Vieira, da Defesa Civil de Belo Horizonte, a tendência é que a chuva permaneça como hoje nos próximos dias: intensa, mas ao longo do dia.

“A tendência da chuva é de permanência e com distribuição homogenia ao longo das próximas horas, com precipitações que não causam pancadas. A temperatura de ficar mais amena e a atmosfera mais estável. Com isso, a progressão da frente fria mais previsível para o monitoramento. É uma condição mais favorável, durante as pancadas de chuva temos poucas oportunidades de prever onde vai cair e como vai afetar as vias”, afirma.

Segundo o coronel, o risco geológico é o que mais chama a atenção dos órgãos. “É importante que as pessoas observem comportamentos anormais em suas residências: trincas, inclinações, estalos e infiltrações que não existiam antes das chuvas. Caso ocorra, essas pessoas não devem permanecer nessas áreas de risco. E em caso de desastres a Defesa Civil estará disponível no número 199”, diz.

Plano emergencial

Kalil garantiu ainda que a prefeitura colocará em prática o plano emergencial para conter catástrofes. Ao todo, 11 pontos do município receberão equipamentos que ajudarão na coleta imediata de resíduos.

Ao todo, serão 34 caminhões, 12 carregadeiras, cinco escavadeiras, 13 retroescavadeiras, dois tratores, cinco caminhões prancha e 11 hidrojatos. Além disso, 61 equipes da SLU (Superintendência de Limpeza Urbana) estarão à disposição em três turnos, somando um total de 488 garis nas ruas. Eles trabalharão nos seguintes horários: 7h às 15h, 13h30 às 21h30 e das 21h30 às 5h.

“Essa é uma nova era, é um novo tempo. Esse é um serviço que nunca foi feito no Brasil. Então, é um sinal de uma nova alteração climática, de uma nova filosofia de trabalho de toda a equipe que está aqui”.

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Obras

Kalil afirmou que a prefeitura vai esperar o fim do período chuvoso para iniciar as obras de contenção de cheias, principalmente na região da Vilarinho.

“O projeto que está muito adiantado é o Vilarinho, quando acabar chuvas devemos começar a primeira etapa. Estamos em fase de vários projetos financiados pela Caixa Econômica e Banco Mundial para que os próximos prefeitos tenham projeto e dinheiro assegurado para que se mitigue esse tipo de problema em Belo Horizonte”.

A previsão dada pelo prefeito é de que as obras em Venda Nova comecem entre os meses de abril ou maio. “Estamos com projeto pronto, licitação e tudo ok. Vamos fazer primeira, segunda e terceira etapa. É um projeto de quase R$ 700 milhões e vai demorar um ano para ficar pronto”, afirma Kalil.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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