Kalil nega criação de novo imposto e critica setor da construção: ‘PBH e Câmara não estão à venda’

Rodrigo Clemente/PBH

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, afirmou na tarde desta terça-feira (21), durante coletiva à imprensa, que a prefeitura e a Câmara Municipal não vão ceder à pressão de empresários para modificar o Plano Diretor da cidade. O projeto tramita na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Kalil subiu o tom contra os empresários durante sua fala: “Nem a PBH nem a Câmara estão à venda. A era do ‘toma lá, dá cá’, acabou”.

Os sindicatos e órgãos representantes das empreiteiras alegam que a Autorga Onerosa (entenda mais clicando aqui), prevista no plano, vai encarecer a moradia na capital, já que se trata de mais um imposto na construção.

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Quanto a isso, Kalil disse que acredita no trabalho realizado pelo executivo e legislativo da capital. “Esse papo de imposto é o seguinte, vocês acham que entre 33 e 36 vereadores estão trabalhando para criar imposto em BH? Vocês acreditam que a esquerda está trabalhando para pôr imposto para pobres? O mais grave disso é a covardia que o poder econômico está querendo fazer com uma câmara que não se vendeu”, disse o prefeito.

Kalil disse ainda que espera contar com o apoio da maioria dos vereadores na votação de segundo turno do plano, prevista para o próximo dia 5 de julho.

“Não adianta os sindicatos dos grandes empresários arrecadarem dinheiro pra tentar minar quem está trabalhando por essa cidade. Não colou nem vai colar. Conseguimos, por meio do Plano Diretor, o apoio da base de governo, apoio da esquerda e vamos ter, seguramente, mais de 33 votos de aprovação na Câmara”, cravou.

Por fim, o prefeito convidou os moradores da capital a uma reflexão sobre o atual cenário do Plano Diretor. “Quer dizer que, agora, os grandes empresários estão preocupados com as periferias? Quero avisar que o Brasil mudou e o dinheiro deles não vai corromper ninguém na câmara e no executivo. Milionário e Bilionário nunca preocupou com ninguém. Eles preocupam em prédios de alto luxo condensados na região Centro-Sul para entupir Belo Horizonte. Chega de mentira e de covardia, que venham em cima do prefeito. Reconheçam e sejam inteligentes, eles nunca ligaram para vocês, quem toma conta de vocês são os vereadores de Belo Horizonte”, finalizou Kalil agradecendo aos vereadores da capital que apoiam o projeto.

Sinduscon reafirma aumento

Em conversa com o BHAZ, nesta terça, o diretor da área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão, reafirmou que a autorga onerosa vai encarecer a moradia da capital.

“Esperamos e torcemos para que esse plano não seja aprovado, pois será terrível para a economia da capital. A expectativa é que o valor dos imóveis pode aumentar entre 30 e 35%. Belo Horizonte já é inviável por conta dos impostos e o IPTU mais caro. Prova disso é que as empresas estão construindo na região metropolitana e abandonando a capital. Esse plano é um desastre”, afirma.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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