Após reunião com empresas de ônibus, Kalil volta a rechaçar reajuste na tarifa este ano e comenta gratuidade

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Prefeito disse que um possível reajuste na tarifa não vira antes de um ‘grande debate’ (Larissa Pimenta)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) voltou a falar sobre a situação dos ônibus em Belo Horizonte na noite de hoje (13), após se reunir com o SetraBH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros). Durante a conversa, Kalil e os empresários discutiram o reajuste anual na tarifa dos ônibus da capital.

O chefe do Executivo municipal voltou a reforçar que o valor das tarifas de ônibus permanecerá o mesmo em BH até o ano que vem. “Basicamente é o seguinte: ninguém vai me perguntar se não vai ter aumento esse ano, porque não tem aumento esse ano. Nem dá tempo de ter aumento”, disse.

Ainda segundo o prefeito, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) está alinhada às demais prefeituras que estão discutindo o tema. De acordo com ele, uma nova reunião foi marcada para quarta-feira (15) para debater o benefício de gratuidade da tarifa, concedido a idosos, pessoas com deficiência, estudantes e outros grupos.

“Não tem aumento antes de um grande debate na mesa. E qual é o problema que nós apuramos: é que quem tá pagando a conta da ‘gentileza’ do governo federal, do governo estadual e do próprio governo municipal é quem pega ônibus”, afirma.

‘Supostas gratuidades’

O presidente do Setra-BH, Raul Lycurgo Leite, também conversou com a imprensa e disse que é urgente a modernização dos contratos entre a prefeitura e as empresas de ônibus. Segundo ele, cerca de 10% dos passageiros de BH usufruem da gratuidade, preço que acaba sendo pago pelos demais usuários.

“Chegamos a conclusão que esse contrato é um contrato injusto e que esse sistema estava prestes a colapsar (…) Não dá pra você ter supostas gratuidades, que de ‘gratuidades’ não têm nada, porque tem alguém pagando”, disse.

Segundo Kalil, o tema é delicado e cheio de entraves. “O debate é esse e nós não podemos arcar com a gratuidade e mais o aumento de passagem, isso é impossível”, disse.

Evitando aumento

Na última quinta-feira (9), o prefeito Alexandre Kalil havia afirmado que a Prefeitura de Belo Horizonte e o sindicato dos empresários estavam se esforçando para que não haja aumento da tarifa de ônibus na capital.

Durante conversa com a imprensa, após reunião com o presidente do SetraBH, Raul Lycurgo, o prefeito comentou que o aumento do preço do diesel neste ano é um dos principais fatores que dificulta a situação do transporte no país.

“Ainda não chegamos em números, estamos tentando de toda forma que não haja o aumento para o usuário. Neste ano, disse que não ia acontecer e obviamente não vai, já estamos caminhando para o final de dezembro. Mas estamos numa luta e numa engenharia séria”, disse.

No dia anterior, Kalil se reuniu com prefeitos de outras cidades com mais de 100 mil habitantes que têm transporte público no país. Segundo ele, o problema do setor atinge o Brasil inteiro.

O prefeito de BH ainda pontuou que existe a possibilidade de um subsídio federal para o transporte público municipal, já que as gratuidades de passagem exigidas por lei hoje acabam pensando no preço da tarifa normal.

Greve de ônibus

A reunião do prefeito com o presidente do SetraBH veio após uma série de negociações do sindicato com os representantes dos motoristas de ônibus de BH. Os condutores estiveram em greve durante mais de uma semana e a paralisação foi encerrada no dia 3 de dezembro.

Naquele dia, após audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), foi determinada a suspensão do movimento e o retorno da circulação dos veículos na capital mineira. O SetraBH informou que os rodoviários aprovaram a proposta de 9% de reajuste salarial e o valor do ticket alimentação.

Paulo César Salomão, presidente do STTR-BH (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviário de Belo Horizonte), disse que o resultado da audiência não foi o que a categoria esperava.

“Queríamos que todas as cláusulas fossem acertadas, mas os patrões negaram e a Justiça teve que intervir e o juiz determinou o fim da greve”, explicou ele na ocasião.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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