A Loja do Galo, na rua Antônio Albuquerque, na região da Savassi, foi atacada por alguns torcedores cruzeirenses na madrugada desta quinta-feira (18), durante a vitória que deu ao clube o título da Copa do Brasil. De acordo com o empresário e proprietário do local, que prefere não se identificar, já é a terceira vez que os ataques ocorrem e ele agora quer fechá-la. A Polícia Militar (PM) explica que o policiamento para a comemoração do título na Savassi se deu de forma correta e planejada e que problemas são pontuais.
O dono da loja se diz cansado dos ataques. “Meu negócio está se desvalorizando. Não só pelo prejuízo financeiro, mas pela exposição negativa na mídia. Já é a terceira vez que isso ocorre e nada é feito. Imagina se toda vez que o Cruzeiro ganhar um título minha loja for depredada?”, questiona. Ele diz que isso ocorre somente na Savassi, por ser um ponto de comemoração após as vitórias de times de futebol.
PM diz que aglomeração atrapalhou
Segundo o empresário, conversas com a PM já vinham ocorrendo há pelo menos uma semana. “Explicamos que já aconteceu outras vezes, que era preciso reforçar o policiamento ou mudar de alguma forma para que isso [a depredação] não ocorresse de novo.”
De acordo com a PM, o esquema de segurança foi feito de maneira correta, contudo, a aglomeração de pessoas pode ter atrapalhado em alguns momentos a ação dos policiais. “O policiamento é para a todos, tanto para lojistas, quanto para os próprios torcedores. A PM conseguiu inibir a ação de vândalos na maior parte do tempo. Porém, na hora dos gols do Cruzeiro, uma multidão corria e alguns depredavam os locais, não sendo possível conter a todos”, explicou a tenente Cristiana, do 1º Batalhão, responsável pela região da Savassi.
Além da polícia, a tenente explica que também é preciso uma ação do Cruzeiro. “É necessário que seja feita também a conscientização dos torcedores do clube”, conta. Após o ocorrido, uma viatura ficou em frente à loja do Galo para evitar novas depredações.
Loja deve ser fechada
Dessa vez, os vândalos somente chutaram e amassaram a entrada da loja. “Os torcedores já arrancaram letreiros e destruíram a porta de vidro interno nas outras vezes”, acrescenta o proprietário.
De acordo com o empresário, o Cruzeiro já foi contatado. “Eu já conversei com os diretores do clube, inclusive alguns são meus amigos, pessoas de altíssimo nível. Porém, nenhuma medida foi tomada até hoje. Era preciso uma medida proativa, de preservar o patrimônio alheio”, desabafa.
O proprietário da Loja do Galo agora quer fechar o local. “Essa foi a gota d’água, está insustentável continuar dessa forma. Eu já vinha pesando em encerrar as atividades, mas agora é praticamente certo. Não quero mais viver em função disso”, completa.
O Bhaz entrou em contato com a assessoria do Cruzeiro para um posicionamento do clube sobre os ataques, mas até o momento de publicação desta reportagem, não obteve retorno.
