A operação Lux Mundi, que prendeu na sexta-feira (31) quatro suspeitos de estupro de vulnerável em Belo Horizonte e Santa Luzia, tinha como dois dos alvos pessoas que abusaram sexualmente dos próprios filhos. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (3).
Os mandados em BH foram cumpridos nos bairros Aarão Reis, Vista Alegre e Taquaril. Eles foram expedidos a partir de investigações concluídas pela equipe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Cada prisão se refere a uma investigação diferente.
Casos emblemáticos
A Polícia Civil destacou três casos emblemáticos, cujos inquéritos foram presididos pela delegada Larissa Mayerhofer. O primeiro resultou na prisão de uma mãe de 32 anos, no bairro Aarão Reis, em BH, alvo de duas denúncias de que estaria cometendo abuso sexual contra a própria filha.
Segundo a denúncia, registrada pela avó da vítima em julho de 2020, além dos abusos, a mulher praticava sexo com a companheira na frente da filha, que tinha um ano de idade à época. As denúncias ainda levaram a uma medida protetiva.
Outra investigação se refere a um homem de 41 anos que estuprava a filha desde 2015. A denúncia foi feita pela própria adolescente, levando à prisão do homem no bairro Vista Alegre, também em Belo Horizonte.
“A adolescente, em 2021, compareceu à delegacia e informou tudo que lhe causava sofrimento; sem achar que alguém poderia ajudá-la, sem poder falar por temer o agressor, já que convivia com ele”, afirmou a delegada.
Hoje, a vítima tem 17 anos, e os abusos duraram cerca de seis anos. O homem, que também ameaçava a filha, tem passagem por homicídio.
O homem de 57 anos preso em Santa Luzia era investigado por abusar sexualmente de uma criança da vizinhança. Segundo o delegado Evandro Radaelli, o suspeito frequentava a casa da família “e, em um descuido da mãe e avó da criança, em alguns poucos minutos com a vítima, brincando com ela, cometeu o crime”.
Em razão de lesões e dores, a vítima, que na ocasião tinha 5 anos, contou sobre o que aconteceu à mãe, quando acionou a Polícia Civil. O crime foi cometido em outubro de 2018, na região do Barreiro, e o suspeito tem passagens policiais por dois homicídios.
Alerta
A chefe do Departamento Estadual de Orientação, Investigação e Proteção à Família (Defam), delegada-geral Carolina Bechelany, reforça a importância da conscientização sobre desses crimes.
“Mais de 80% dos autores desse tipo de crime estão dentro do ciclo familiar ou de vizinhos daquelas crianças, o ciclo mais íntimo. Então é uma matéria que a gente pede atenção”, alertou.
