Mãe de Monique, jovem encontrada morta, acompanha perícia da Polícia Civil: ‘Quero justiça’

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A perícia da Polícia Civil voltou ao apartamento de Monique nesta terça-feira (Larissa Reis/BHAZ + Reprodução/Redes sociais)

Peritos da Polícia Civil de Minas Gerais estiveram, nesta terça-feira (28), no apartamento da estudante Monique Ferreira da Costa no bairro Jardim Industrital, em Contagem, na região metropolitana de BH.

A jovem foi encontrada morta às margens da BR-040 e o ex-namorado dela, que está preso, é o principal suspeito do crime. Luiz Gustavo Lopes Silva foi detido ao tentar retirar móveis e pertences do apartamento, ainda no sábado (25).

A advogada da família de Monique, Tereza Grossi, explicou ao BHAZ que a expectativa de perícia de hoje é de que se encontre mais vestígios de sangue no apartamento da estudante.

“Quando Luiz foi preso no sabado, apresentou-se vestigios de sangue na parte do colchão que alguém havia cortado. O que a Polícia Civil tenta hoje é, através do luminol, procurar vestígios de sangue no apartamento para definir se ela foi assassinada aqui, ou em Ouro Preto, ou em outro lugar”, conta.

Sobre a prisão temporária de Luiz, a advogada diz que a notícia foi recebida com alívio pela família da estudante. “Todo mundo tinha muito medo dele fugir, ele já estava com duas malas no carro quando no sábado ele foi preso aqui”, diz ela. “A gente espera que essa prisão temporária vire preventiva”, explica.

‘Eu quero justiça’, diz mãe de Monique

Simone Ferreira Costa, mãe de Monique, conta que o suspeito se disse preocupado com a vítima diante dos relatos dela de que a filha parou de atender ligações. Ele teria dito que iria ao apartamento da jovem para verificar o que ocorreu e, ao chegar lá, disse que a porta estava trancada. O homem teria dito que chamou um chaveiro e, depois de entrar na casa da jovem, disse que tudo estava tranquilo por lá.

Para a mãe de Monique, o homem dissimulou toda a situação. “Quando fiquei sabendo que ele ia ser solto fiquei desesperada, depois que recebi a notícia da prisão dele fiquei mais aliviada. O que ele fez com a minha filha é muito bárbaro. Ele escondeu o corpo dela, viu o meu sofrimento por quatro dias e eu perguntando pra ele ‘cadê minha filha’ e ele falando que ela estava passando mal, que estava bem. Eu quero justiça”.

A mulher ainda conta que Monique e Luiz se relacionaram por três anos e que, no começo, a relação era tranquila. Segundo ela, tudo começou a piorar depois de o homem se endividar e passar a pedir dinheiro para a namorada.

“No começo o relacionamento deles era muito bom, mas de um ano para cá, começou a ficar estranho. Ele fazia muita dívida com agiota, pedia a ela dinheiro, ela não gostava. A Monique já pagou muitas dívidas dele, e ela já queria colocar fim a esse relacionamento”.

Investigação

Em coletiva nessa segunda-feira (27), a Polícia Civil informou que o corpo de Monique foi encontrado debaixo do Viaduto Vila Rica, em Itabirito, enrolado em um plástico bolha e um cobertor.

As apurações tiveram início depois que a mãe da jovem registrou o desaparecimento da filha na Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), no dia 15 de fevereiro. Durante relato, a mulher apresentou plena convicção de que algo teria acontecido à filha, apontando ainda o namorado da jovem como principal suspeito pelo desaparecimento.

Nesse dia, o investigado acompanhou a mãe da vítima até a delegacia e afirmou não saber o que teria acontecido à então namorada.

A investigação trabalha com a hipótese de que Luiz estava extorquindo a estudante, exigindo dinheiro para que ele pudesse pagar agiotas.

Na noite do assassinato, ele a buscou em uma clínica de estética no bairro Buritis, em Belo Horizonte. Eles foram para a casa de Monique, em Contagem, onde o crime teria ocorrido.

Nesse intervalo de tempo, Monique teria se comunicado com pessoas próximas, dizendo que iria a uma delegacia resolver um problema sério. Depois disso, a jovem desapareceu.

Morte por estrangulamento

Investigações apontam que Monique Ferreira da Costa foi morta por estrangulamento, na noite do dia 13 de fevereiro, dentro do apartamento em que morava, no bairro Jardim Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

“A última informação que nós tivemos da vítima foi uma mensagem de Whatsapp. Ela tinha combinado de ir a uma festa com uma amiga e, por volta das 22h horas, ela encaminhou essa mensagem desmarcando, falando que teria acontecido um problema e que ela estava indo para a delegacia”, conta a investigadora Bianca Landau.

O delegado Alexandre Oliveira, que coordena as investigações, conta que no dia em que a mãe da vítima e o suspeito foram até a delegacia para registrar o desaparecimento da jovem, o engenheiro contou aos policiais que devia a um agiota e estava sendo ameaçado, motivo pelo qual a namorada poderia ter sido sequestrada.

“No entanto, ele tinha algumas marcas no antebraço e no braço, também estava muito nervoso”, aponta Alexandre. Com base em investigações, a PCMG constatou que a última pessoa que esteve com a vítima teria sido o suspeito.

Suspeito é preso

Luiz Gustavo foi preso no último sábado, no apartamento de Monique, no bairro das industrias, em Contagem, retirando objetos do local.

Por esse motivo, ele foi preso em flagrante pelo crime de fraude processual, mas teve liberdade provisória concedida nessa segunda-feira.

No entanto, no inquérito que investiga o feminicídio, a Polícia Civil pediu a manutenção da prisão do suspeito, concedida pela Justiça horas depois. Dessa forma, Luiz Gustavo segue preso.

Edição: Roberth Costa
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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