Manifestantes cobram CPI e mudança de legislação em Minas: ‘Essa lama respinga na ALMG’

Henrique Coelho/BHAZ

No mesmo dia em que deputados estaduais eleitos tomam posse na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a sede do Legislativo mineiro tornou-se palco de uma manifestação nesta sexta-feira (1º). Dezenas de pessoas reuniram-se diante do prédio da ALMG para reivindicar mudanças na legislação relacionada às atividades de mineração no Estado. O protesto é uma resposta ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de BH, e aos desdobramentos da tragédia da Samarco ocorrida em Mariana, há cerca de três anos.

Entre os manifestantes, um grupo completamente coberto de lama – em referência aos rompimentos de barragens em Minas -, chamou atenção de quem esteve ou passava pelo local. Faixas e cartazes com palavras de ordem também saltavam aos olhos. Uma delas expôs, com um logotipo da Vale, o seguinte questionamento: “Quanto vale a vida?” para falar sobre o número de mortos, que chegou a 110 nessa quinta (31). Outras 238 pessoas seguem desaparecidas.

Henrique Coelho/BHAZ

Presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das das Velhas, e do Fórum Mineiro de Bacias Hidrográficas, Marcus Vinícius Polignano, conversou com o BHAZ a respeito da manifestação. “Essa lama respinga na Assembleia, ela é responsável por isso. Se tivesse tomado medidas quando do rompimento de Mariana, provavelmente Brumadinho não teria acontecido”, disse.

Polignano ainda explica que o protesto reivindica a criação de uma CPI da mineração, mas não apenas. “A lama também é responsabilidade dessa assembleia e só não muda se não tiver vergonha na cara. Mais do que uma CPI, queremos mudança na legislação, para mudar a história desse negócio”, explicou.

Henrique Coelho/BHAZ

Questionado a respeito da mudança na legislação, o presidente do comitê diz que há um atraso de três anos, já que não ocorreram mudanças significativas após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. “Isso [CPI] vem com três anos de atraso. Nós temos mais um monte de barragens que estão nos ameaçando. Queremos discutir esse projeto antigo de mineração, que continua a fazer barramento. Nós queremos discutir uma visão diferente da economia. Uma economia que não mate, que não destrua. Essa economia que mata e destrói estão com dias contados”, ponderou.

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