Marte Um: Filme mineiro vai representar o Brasil na disputa por indicação ao Oscar

cena do filme marte um
Produzido em Contagem, Marte Um foi o escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar (Filmes de Plástico/Divulgação)

O cinema mineiro acordou com uma importante conquista nesta segunda-feira (5). O longa-metragem “Marte Um”, produzido em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi o escolhido pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar.

Com direção do cineasta mineiro Gabriel Martins, o filme vai concorrer a uma indicação na categoria de Melhor Filme Internacional na 95ª edição da maior premiação do cinema mundial, marcada para 12 de março de 2023. Em conversa com o BHAZ, o diretor da obra comemorou a conquista.

“Fiquei muito feliz com essa notícia, por tudo que ela representa para um cinema que ainda precisa ser mais visto no Brasil, que é o cinema periférico, negro, fora do eixo. É uma honra imensa fazer parte de uma campanha que vai levantar o nome não só desse filme, mas de todo um cinema que carece de ser mais visto”, disse ele.

‘Abrir portas’

A comissão de seleção da academia escolheu Marte Um em uma seleção também composta pelos filmes “Mãe”, de Cristiano Burlan; “A viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky; “Carvão”, de Carolina Markowicz; “Pacificado”, de Paxton Winters e “Paloma”, de Marcelo Gomes.

“A escolha de ‘Marte Um’ para representar o Brasil no Oscar 2023 foi uma decisão democrática e importante do júri. O filme trata de afeto e de esperança, da possibilidade de seguir sonhando em meio a tantas dificuldades econômicas e políticas”, disse Bárbara Cariry, presidente da comissão.

Durante a conversa com a reportagem, Gabriel Martins ressaltou a importância da nomeação para o fortalecimento do cinema mineiro, em especial, aquele que é fruto de quem nasceu e cresceu nas periferias do estado. Nas palavras dele, “existe muita gente f*da por aí” e que ainda luta por espaço.

“Essas obras têm força e conseguem chegar em lugares inimagináveis. O cinema daqui de BH, Contagem, Minas, é um cinema forte e que está marcando sua presença no mundo. Dessa vez a gente vai conseguir abrir muito mais portas para todo mundo que tá vindo”, frisou.

Filme foi premiado no Festival de Cinema de Gramado (Filmes de Plástico/Divulgação)

Marte Um

Esse é o segundo longa do cineasta Gabriel Martins, que também dirigiu “No Coração do Mundo” ao lado de Maurilio Martins. Produzido pela Filmes de Plástico, em coprodução com o Canal Brasil, o filme conta o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.

Na trama, o garoto Deivid (Cícero Lucas), caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar Marte. O garoto, porém, mora na periferia de um grande centro urbano, não tendo muitas chances para realizar seu sonho.

O pai, Wellington (Carlos Francisco, de “Bacurau”), é porteiro em um prédio de elite, e há um bom tempo está sem beber. Tércia (Rejane Faria, da série “Segunda Chamada”) é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição.

Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com a namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

Onde assistir?

Marte Um estreou no Festival de Sundance, em janeiro deste ano, e chegou aos cinemas brasileiros no dia 25 de agosto. No Festival de Gramado, a obra foi premiada em quatro categorias: Melhor Filme do Júri Popular, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Musical, Prêmio Especial do Júri.

Na capital, o filme está em cartaz no Una Cine Belas Artes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O longa também está em exibição no Cineart do Shopping Contagem, na Grande BH.

(Filmes de Plástico/Divulgação)
Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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