O Metrô BH, concessionária que administra, há pouco mais de um ano, o serviço de mobilidade de trens em Belo Horizonte, realizou uma demissão em massa no fim da última semana. Ao todo, 230 funcionários foram desligados da empresa sem justa causa.
Em conversa com o BHAZ, a presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) disse que a categoria vai entrar na Justiça contra a decisão e que já encaminhou denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
“A empresa foi irredutível. É possível afirmar que todos os funcionários desligados eram da CBTU. Eles estão contratando outros trabalhadores para as mesmas funções e com salários mais baixos”, disse Alda Lúcia.
Nesta terça-feira (9), haverá, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma audiência pública para discutir a demissão em massa do Metrô BH. A sessão discutirá as condições de trabalho dos metroferroviários após a privatização do metrô de Belo Horizonte, que foi vendido ao Grupo Comporte por R$ 25,7 milhões, em leilão realizado em dezembro de 2022.
“Alguns [funcionários] já queriam ir embora por conta das condições de trabalho, mas a maior parte não queria sair, quer se aposentar, precisam do emprego. É muito triste ver nossos colegas chorando, desesperados. Por mais que tenha acerto, seguro desemprego, as contas chegam”, disse ela.
Segundo a presidente, os funcionários não foram avisados previamente das demissões, que aconteceram quinta (4) e sexta-feira (5). “Os empregados pegaram serviço 5h30 da manhã, bateram ponto, e 5h33 a empresa entregou a demissão. Eles foram demitidos no local de trabalho, sem total respeito ou consideração com empregados que tinham mais de 15 anos de casa”, lamentou Alda.
Metrô BH diz que demissões não vão afetar o sistema
Ao BHAZ, o Metrô BH informou que o Contrato de Concessão prevê estabilidade de um ano para os colaboradores da antiga CBTU-MG e que essa estabilidade teve fim em 23 de março de 2024.
“A pedido dos próprios colaboradores, a empresa ofertou Planos de Demissão Voluntária e o Plano de Demissão Consensual, no decorrer do primeiro ano de gestão”, diz a empresa. “A fim de continuar a adequação da empresa, mantendo a produtividade operacional, o Metrô BH lançou um plano de desligamento na primeira semana de abril”, acrescentou.
Segundo o Metrô BH, as demissões foram mediadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, entre a empresa e o sindicato da categoria, e que “essa ação garantiu benefícios sociais para além das leis trabalhistas”. A concessionária garante, ainda, que as demissões não irão afetar o funcionamento do sistema.
“Os Planos de Demissão foram realizados de maneira planejada, garantindo a normalidade da operação”, finalizou a nota.
