Por determinação da Justiça, o metrô de Belo Horizonte deverá funcionar em uma escala diária mínima de 60% dos trens durante a greve. A decisão, assinada pelo vice-presidente do TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho), foi tomada na tarde de ontem (25) durante audiência de tentativa de conciliação entre CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) e sindicato dos metroviários de BH.
Além da escala mínima, a decisão ainda determina o funcionamento de 100% do serviço de segurança metroviária. A multa diária estipulada em caso de descumprimento é de R$ 35 mil. Embora a determinação já esteja em vigor, nesta sexta-feira (26) as estações de metrô da capital continuaram fechadas.
Ao BHAZ, o Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais) informou que debaterá o assunto em assembleia a ser realizada na tarde de hoje. O magistrado concedeu ao sindicato dos metroviários prazo de cinco dias para defesa da decisão.
Trabalhadores reivindicam contra privatização
O metrô de BH entrou em estado de greve geral na meia-noite de quinta-feira (25). O anúncio foi feito pela categoria depois que o Tribunal de Contas da União aprovou, em plenário, as condições para a privatização da CBTU.
“Não temos outra alternativa. TCU libera a privatização do metrô, as consequências serão demissão dos concursados e aumento da passagem em dobro. Isso é ruim para todos os trabalhadores que precisam do Metrô que foi construído com dinheiro público e agora será doado para empresários sedentos de lucro”, publicaram os trabalhadores da categoria nas redes sociais.
O projeto de desestatização, aprovado na quarta-feira (24), prevê um investimento de R$ 2,8 bilhões ao metrô de BH por parte do governo Federal e um aporte de R$ 428 milhões do governo Estadual. Os investimentos totais são estimados em R$ 3,7 bilhões e serão complementados pela iniciativa privada, que terá o direito de exploração da concessão do serviço ao longo do contrato de 30 anos.