O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) realizou na manhã desta segunda-feira (17) em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, a operação Caça Fantasmas, com o objetivo de apreender documentos na Câmara Municipal relacionados à contratação de servidores que nunca teriam, efetivamente, prestado serviços ao Poder Legislativo, apesar de receberem legalmente.
De acordo com o MPMG, cerca de 50 servidores e estagiários eram remunerados para prestação de serviços particulares aos vereadores, inclusive em campanhas eleitorais. Entretanto, segundo as investigações, esses servidores e estagiários nunca estiveram na sede do Poder Legislativo.
As investigações do MPMG, que correm em sigilo, foram iniciadas em janeiro de 2017, e apuram possíveis crimes de associação criminosa (pena de reclusão de um a três anos), falsidade ideológica (pena de reclusão de um a cinco anos), peculato (pena de reclusão de dois a doze anos) e lavagem de dinheiro (pena de reclusão de três a dez anos).
Segundo as apurações, um dos servidores investigados era ocupante de cargo de confiança na Câmara Municipal de Santa Luzia, mas, apesar de formalmente assinar folha de ponto e receber remuneração como assessor de gabinete, havia deixado o país em 2016 e morava na Inglaterra.
A constatação da fraude foi possível em razão de denúncias, da oitiva de testemunhas e do intercâmbio de informações entre o MPMG e a Polícia Federal, que forneceu dados do Sistema de Tráfego Internacional de Pessoas e viabilizou a confirmação do crime.
Os documentos alvo da busca foram apreendidos por determinação da 2ª. Vara Criminal da Comarca de Santa Luzia, que também deferiu a quebra do sigilo bancário de alguns dos investigados para rastrear o destino final dos recursos desviados.
A operação foi conduzida por dois promotores de Justiça, dois agentes do MPMG e conta com o apoio de duas guarnições do Tático Móvel da Polícia Militar.
Do MPMG