Mobilidade de BH é afetada pela crise de combustível; movimento da rodoviária segue normal

No oitavo dia de greve dos caminhoneiros,  os cidadãos de Belo Horizonte sentem os seus reflexos na mobilidade urbana, que vem sendo prejudicada em função da falta de combustível necessária a ônibus, táxis e aplicativos de transporte.

Os ônibus do sistema de transporte coletivo da capital mineira reduziram sua frota como forma de economizar gasolina de forma tal que no último domingo, não houve transporte coletivo nas ruas. Já nesta segunda, os horários seguem normais nos períodos de pico, com redução de 50% no número de viagens nos horários entre os picos.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), a redução dos ônibus em circulação foi necessária para evitar a suspensão total do serviço de transporte.

Como muitos cidadãos, a situação esteve crítica para servidores da saúde, que dependiam do transporte coletivo para ir trabalhar. “Como disponibilizaram somente cinco linhas de ônibus para os profissionais, vários funcionários não tinham acesso a estas linhas”, afirma a enfermeira Flaviana de Fátima.

Segundo ela, para ter como voltar para casa, os funcionários tiveram que criar soluções para o problema, como a contratação de vans, táxis e carona. “Principalmente, domingo, foi um dia crítico”, desabafa a enfermeira.

Combustível

De acordo o Setra, para que as empresas sejam abastecidas há um contrato de fornecimento com as distribuidoras. Uma vez liberado o acesso, as empresas buscam o combustível quando julgarem necessário. No momento, há uma fila de espera para a distribuição.

O sindicato afirma que está havendo a distribuição de combustível, mas ainda não há o fluxo de normal da entrega. Já a BHTrans afirma que é preciso avaliar a questão da greve dos metroviários e a falta de combustível na questão do número de transporte públicos em circulação, pois só em Belo Horizonte, são 40 empresas de ônibus.

Rodoviária segue tranquila em meio ao caos

(Henrique Coelho/Bhaz)

Se para muitos cidadãos da capital a situação de mobilidade urbana se encontra em estado crítico, não é o caso de quem está programando viajar de ônibus para outras cidades ou até estados. Apesar de alguns cancelamentos, muitos viajantes conseguiram adquiriram suas passagens sem maiores problemas ou transtornos pela falta de combustível.

Segundo a assessoria da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig)  algumas empresas manifestaram, por meio de comunicado à administração do Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), o contingenciamento de combustíveis disponíveis em suas garagens, visando adequar a demanda atual às partidas programadas.

As empresas estão realizando viagens que passem em um trecho com o maior número de cidades atendidas. Apesar da redução, muitos viajantes afirmam que não encontraram problemas para comprar passagens ou chegar a seus destinos. Até a tarde desta quarta feira, do total de 366 partidas previstas, foram canceladas 88 viagens. Para ter acesso a mais detalhes de todas as viagens canceladas, clique neste link.

O soldador Gibran Calil que estava indo para Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, garantiu que estava tudo bem com a viagem marcada, mas confessa que teve receio que ocorresse imprevistos na estrada, por conta da paralisação dos caminhoneiros e a reduzida oferta de combustível. “Espero que tudo ocorra bem, pois trabalho amanhã e tenho que chegar ainda hoje”, conta.

(Henrique Coelho/Bhaz)

O estudante Luiz Felipe e a dona de casa Glessia Teixeira contam que apesar do cancelamento de viagens, conseguiram comprar a passagem sem maiores problemas.

(Henrique Coelho/Bhaz)

Sobre a greve dos caminhoneiros, os viajantes são unânimes ao responderem sobre o que pensam a respeito. Calil afirma que todos temos que esperar o fim do protesto, por mais caótico que esteja. “Vai chegar uma hora que vai ter que ter resultado. Que resolva para o melhor” diz o soldador. Já a dona de casa, diz que, por mais que afete a todos a falta de insumos, é totalmente favorável à greve. “Isso é importante para um mudança no nosso país. Precisamos disso”, afirma.

 

Marcella Oliveira

Publicitária e redatora do portal BHaz.

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