A Polícia Civil investiga a morte de um bebe de 2 meses em um hospital particular de BH. O óbito foi registrado no dia 18 de janeiro, após a criança ser internada com febre de causa desconhecida. A família suspeita de erro médico durante um exame.
De acordo com o boletim de ocorrência, Felipe Ferreira Rodrigues foi internado no Hospital Belo Horizonte com um quadro de febre e chorava muito. Os médicos fizeram exames, que não constataram a causa do problema.
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Em seguida, a equipe informou, à mãe, que seria necessário realizar o procedimento de punção lombar, que retira um líquido da coluna vertebral para avaliar a presença de doenças como a meningite.
Edjane Maria Ferreira da Silva, 34 anos, mãe do recém-nascido, conta que, após o procedimento, o filho foi levado para o quarto e passou mal. O registro policial indica que a criança se contorceu de dor, ficou estática e, em seguida, entrou em parada cardiorrespiratória.
“Eu coloquei ele na cama e ele chorou muito por causa das furadas da agulha do procedimento. Quando saiu da sala, ele estava chorando tanto que não tinha reação. Chegou todo suado, porque a sala não tinha ventilador nem ar-condicionado”, comentou.
Procurado, o hospital informou que “até o momento, não teve acesso ao laudo do Instituto Médico Legal (IML)”. “Além disso, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e ao Código de Ética Médica, a instituição está legalmente restrita a fornecer informações apenas aos representantes legais, autoridades policiais e judiciais, quando formalmente requisitado. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a segurança de nossos pacientes, e seguimos acompanhando o caso dentro dos parâmetros legais e institucionais”, concluiu.
Avaliação médica
No boletim de ocorrências, consta que as médicas responsáveis pelo atendimento afirmaram que foram realizadas duas tentativas de punção, sem intercorrências. De acordo com as profissionais, o garoto ficou estável durante o procedimento.
As especialistas ainda destacaram que uma médica preparava a indicação de antibiótico para o paciente quando ouviu os gritos de socorro da mãe.
A médica afirma que foi realizada manobras de desengasgo, que resultaram na secreção de leite materno pela boca do bebê. Ainda assim, ele estava sem pulso e foi levado para o CTI (Centro de Terapia Intensiva), onde passou por manobras de reanimação por mais de 35 minutos. Mesmo com o uso de medicamentos e intubação, o recém-nascido não resistiu.
À polícia, as médicas afirmaram que a punção lombar não foi a responsável pela parada cardiorrespiratória.
O corpo do bebê passou por necropsia no IML (Instituto Médico-Legal). Um dos relatórios já emitidos pelos peritos apontam que a morte foi causada por pneumatórax hipertensivo em decorrência de ruptura de bolhas subpleurais. O quadro está ligado a um possível acúmulo de ar na região dos pulmões, comprimindo o órgão.