Motorista de ônibus é esfaqueado em BH por causa de uma caneta; trabalhadores ameaçam paralisar linha

Reprodução/Google Street View

Um motorista de ônibus foi esfaqueado no ponto final do coletivo que dirigia, na região Oeste de BH, enquanto aguardava o início da próxima viagem. A tentativa de homicídio ocorreu na tarde de terça-feira (7) motivada por uma caneta. O autor só foi preso por uma inusitada coincidência: ficou ferido durante a fuga e foi encaminhado ao mesmo hospital onde estava a vítima, que prontamente o identificou. O sindicato dos trabalhadores ameaça, se preciso for, até mesmo paralisar a linha 2104.

O crime ocorreu por volta das 15h de terça-feira. “Quando parei em um sinal próximo ao ponto final, um homem pediu a caneta emprestada e eu falei que não emprestaria porque estava usando. Eu terminei o trajeto e, quando saí do meu coletivo e entrei em outro para perguntar qual horário deveria começar nova viagem, fui atacado”, afirma ao BHAZ Éder Aguiar Pereira, de 36 anos.

A vítima, que dirigia a concorrida linha 2104 (Nova Gameleira – BH Shopping), sofreu duas perfurações, no ombro e no abdome. O autor abandonou a faca dentro do coletivo e fugiu de bicicleta. Éder, por sua vez, foi levado ao Hospital Mater Dei pelos colegas. Lá, foi medicado e transferido para o Hospital da Unimed.

Na unidade de saúde, um encontro inusitado. Enquanto esperava atendimento, Éder flagrou o autor das facadas sendo atendido. O homem havia se machucado após sofrer um acidente enquanto andava na bicicleta durante a fuga. “Não acreditei quando vi. Fiquei louco, com vontade de cometer alguma besteira”, conta. “Mas eu chamei a enfermeira, a segurança foi acionada e a Polícia Militar chamada”.

Desamparo e apoio

Éder teve a costela fraturada e, por pouco, não teve algum órgão perfurado. Mesmo com a gravidade da tentativa de homicídio sofrida durante horário de trabalho, afirma não ter recebido qualquer amparo da empresa na qual trabalha há três anos, Viação Anchieta. “Não recebi nem mesmo uma ligação. O médico me deu atestado de apenas quatro dias, não estou conseguindo nem andar. Não sei como vou trabalhar”.

O BHAZ entrou em contato com a Viação Anchieta em diversas oportunidades entre a manhã e o início da tarde desta quarta-feira. Um gerente desligou o telefone logo após a reportagem se identificar e não atendeu mais às demandas. Esta matéria será atualizada assim que a empresa se manifestar.

Por sua vez, o sindicato dos rodoviários de BH informou que, se for preciso, fará paralisações na linha para chamar a atenção da sociedade e das autoridades. “Além disso, o órgão explica que ocorrências como essa são passadas diretamente para o departamento policial do sindicato, que, por sua vez, realiza cobrança constante à polícia”, complementa o STTRBH (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana).

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