O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) realizou nessa terça-feira (23) a inspeção de cinco presídios públicos e também de três unidades do Complexo da Parceria Público Privada, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Na ocasião, a morte de 14 detentos por overdose da droga sintética K, também chamada de “droga zumbi”, foi debatida com as respectivas Diretorias das Unidades Prisionais. Segundo o MP, esse diálogo busca a adoção medidas de segurança eficazes para dificultar o ingresso e o consumo da substância nos presídios.
“As eventuais medidas devem ser adotadas e padronizadas pela Sejusp, ouvidas as áreas técnicas, de forma a garantir sua eficácia e aplicação em todas as unidades prisionais mineiras”, informou o MP.
“Portanto, as futuras soluções serão criadas com respeito aos órgãos técnicos de inteligência e segurança e construídas conjuntamente, em diálogo republicano, pelas instituições públicas integrantes do Sistema Único de Segurança Pública e pelo Ministério Público”
Durante a vistoria também foram fiscalizados os sistemas de abastecimento e armazenamento de água e o órgão visitou todos os reservatórios de água e sistemas de tratamento e filtragem das unidades prisionais. O MP constatou a regularidade no fornecimento e na periodicidade da coleta de amostras e testagens da Vigilância Sanitária Municipal.
Mortes de detentos
A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) de Minas Gerais confirmou, na segunda-feira (22), a morte de mais um detento que estava preso na Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Agora, subiu para 14 o número de detentos que morreram em presídios da Grande BH entre dezembro de 2023 e abril deste ano.
No início do mês de abril, a Sejusp confirmou a morte dos outros 13 detentos. Destes, seis também eram detentos do Presídio Antônio Dutra Ladeira, e sete do Presídio Inspetor José Martinho Drumond. À época, o g1 divulgou que a suspeita das mortes era por overdose da droga “K”. A Sejusp, no entanto, não confirmou a informação e disse que as causas ainda estão sendo investigadas.
As drogas “K”, são conhecidas nas ruas como K2, K4 e K9 e spice. Elas são substâncias sintéticas, desenvolvidas em laboratório. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, tais drogas produzem efeitos agudos no Sistema Nervoso Central, deixando a pessoa que consumiu entorpecida e fora da realidade.