O governo de Minas Gerais anunciou, nesta segunda-feira (16), o início da construção da Linha 2 do Metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A obra, aguardada há quase 20 anos, vai conectar a região do Barreiro à Linha 1, a única existente atualmente.
Ao todo, a nova rota terá 10,5 quilômetros e sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro.
A construção começará pelas estações Nova Suíça e Amazonas, na região Oeste da capital mineira. Os terminais devem ficar prontos em 2026. A operação comercial da linha está prevista para começar em 2028. O governo calcula que, com a obra, a média diária será 213 mil passageiros, sendo 157 mil na linha 1 e 56 mil na linha 2.
O projeto foi viabilizado a partir da concessão do serviço à iniciativa privada em 2022. O grupo Comporte tem previsão de investimento $ 3,7 bilhões no sistema, e o Governo Federal vai aplicar R$ 2,8 bilhões no projeto, enquanto o Governo de Minas entrará com R$ 400 milhões, provenientes do acordo com a Vale em função do rompimento da barragem de Brumadinho
A empresa também tem como responsabilidade modernizar a Linha 1.
Protestos
O evento de início das obras teve a presença do governador Romeu Zema (Novo), do vice-governador, Mateus Simões (Novo), de representantes do governo federal e outras autoridades.
Na portaria, moradores que devem ser removidos das suas casas para a execução do projeto protestaram em frente ao evento.
A vendedora Poliana Furtado, de 38 anos, denúncia falta de informações sobre a desapropriação. Segundo ela, a Metrô BH, operadora do serviço, só fez dois encontros com a população.
“A conversa foi 0 com a prefeitura, foi 0 com governo e com a empresa. Nós nos reunimos em um grupo para poder tentar lutar.
Há cerca de um ano, as famílias vivem o tormento de não poder dormir em paz”, conta.
Segundo a moradora, as casas que serão demolidas já foram sinalizadas. Nestes imóveis não pode haver obras e melhorias neste período. No entanto, o valor da indenização ainda é um mistério para os moradores. “Ouvimos falar que será de R$ 40 mil por imóvel, mas na minha região não existe casa à venda por menos de R$ 200 mil”, completou.