Ocupação é atacada e barracos destruídos em BH: ‘Somos ameaçados por sermos pobres’

Reprodução/WhatsApp

Uma ocupação no bairro União, na região Nordeste de Belo Horizonte, foi atacada por homens armados que derrubaram cerca de 15 barracos de madeira e três de alvenaria, na madrugada desta quinta-feira (16). Moradores da ocupação Vila Nova creditam a ação a funcionários da construtora EPO que está construindo um empreendimento próximo da ocupação. A empresa nega envolvimento no episódio.

Um dos moradores da ocupação disse ao BHAZ que “frequentemente” eles sofrem ameaças. “A ação dos agressores começou por volta da meia-noite e durou até às 4h. Como tinha barraco de alvenaria eles demoraram a derrubá-los e por isso demorou tanto. Constantemente somos ameaçados pelo fato de sermos pobres”, contou.

Na ocupação moram cerca de 100 famílias o que resulta em aproximadamente 300 pessoas, sendo que a maioria delas são crianças. Ao fim da ação, os homens disseram que voltarão nesta quinta. “Eles falaram que o próximo alvo deles sou eu, pois não estava no momento em que foram lá. Prometeram voltar hoje a noite”.

Ao denunciar que funcionários da EPO estão por trás da ação, os moradores contam que viram “os homens saindo e entrando do empreendimento da EPO”. “Eles querem nos tirar daqui pois estão construindo um empreendimento. A EPO teme o crescimento da nossa ocupação”, disse.

Procurada pelo BHAZ, a EPO informou, via assessoria, que as acusações não têm provas. “A denúncia deles não procede, pois, nossos funcionários não trabalham de madrugada. Nesse período fica somente um vigia no local”, informou. A empresa ainda ponderou que “todos os dias” há o registro de confusões entre os moradores da ocupação por conta da venda de lotes.

Um boletim de ocorrências foi registrado pelos moradores e nele apontado que dois policias militares teriam participado da ação. Segundo os moradores, eles foram ameaçados de morte, caso algum vídeo fosse gravado.

Ao BHAZ, a Polícia Militar (PM) disse que está investigando a suposta participação, pois as fardas podem ter sido compradas e usadas por pessoas que não são militares.

Casas ficaram destruídas após ataque dos homens armados (Reprodução/WhatsApp)

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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