Transvest, que atende travestis e trans em BH, corre risco de fechar por falta de verba: ‘Precisamos de ajuda’

Moisés Santos/BHAZ

A Transvest, organização não governamental (ONG), que abriga alunos e alunas travestis e transexuais no Centro de Belo Horizonte, corre o risco de acabar. Em uma publicação nas redes sociais, os responsáveis pela ONG alegaram, nessa terça-feira (30), que o alto custo para manter o projeto é o fator determinante para o possível encerramento das atividades.

O projeto, criado em 2015, oferece supletivo e pré-vestibular, além de oficinas profissionalizantes e artísticas para os alunos. Eles recebem ainda passagem e alimentação para frequentarem as aulas. Todas as atividades são desenvolvidas por voluntários e a Transvest não recebe apoio do governo.

O alto custo para manter as atividades tem feito com que os organizadores do projeto estudem a possibilidade de fechar o espaço, visto a falta de verba. Atualmente, o grupo se reúne em uma sala no Edifício Maletta, no Centro da capital.

“Nosso trabalho tem gastos, tem demandas e tem necessidades. Com nossa renda atual não conseguimos dar as aulas, pagar as dívidas e manter nosso trabalho”, diz trecho da publicação.

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Não queríamos de forma alguma dar essa notícia. – Foram 4 anos de muito trabalho e empenho por parte de todos es voluntaries da ONG. Acreditamos que conseguimos mudar a vida de muitas pessoas trans em BH e região. Muitas mulheres e muitos homens trans passaram por nossa casa e constituem nossa família desde sempre. Muitas pessoas trans em universidades, empregos, universo artístico, fazendo sucesso por aí! – Damos aulas regulares de supletivo e pré-vestibular diariamente, com turmas cheias. Oficinas profissionalizantes e artísticas também mensalmente. As passagens e alimentação são por nossa conta. No abrigo, tínhamos uma casa 100% gratuita e a única exigência era que es moradores frequentassem as aulas. – No meio de tanta coisa, tanta luta, tantas ameaças (até contra a vida de alunes e voluntaries) continuamos resistentes. Mesmo com um país violento e assassino contra pessoas LGBT (agora mais ainda com a maioria dos governantes LGBTfóbicos) e mesmo com o medo tomando conta do nosso cotidiano (agora ainda mais), estivemos sempre de peito aberto. – Nosso trabalho tem gastos, tem demandas e tem necessidades. Com nossa renda atual não conseguimos dar as aulas, pagar as dívidas e manter nosso trabalho. Com nossa renda atual, não podemos continuar com nosso abrigo (que abraçava pessoas trans em situação de rua). Com nossa renda atual, não dá. – Mesmo com todos as pessoas que trabalham na ONG sendo voluntárias. E todas dando seu amor, tempo e trabalho pela ONG. – Estamos nas chances de acabar se não atingirmos, pelo menos, a nossa primeira meta do financiamento coletivo que é de 12.000 reais mensais. E mesmo com essa meta não conseguimos ter a nossa tão sonhada casa novamente. – Queremos voltar pra casa, voltar pra sala de aula, voltar pra luta. Sem a ajuda financeira, não poderemos prosseguir no nosso trabalho e vamos fechar as portas. – O link para o financiamento coletivo está em nossa bio. Precisamos de ajuda. ⠀ ⠀ #lgbt #pride #gay #trans

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Na última tentativa de manter as atividades da Transvest, um financiamento coletivo foi criado. “Estamos nas chances de acabar se não atingirmos, pelo menos, a nossa primeira meta do financiamento coletivo que é de R$ 12 mil mensais. Sem a ajuda financeira, não poderemos prosseguir no nosso trabalho e vamos fechar as portas”.

Alunos que passaram pela Transvest já conseguiram aprovações em universidades públicas e privadas e até mesmo a conclusão dos ensinos fundamental e médio.

Quem desejar ajudar o projeto basta clicar neste link.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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