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Organizadores da Stock Car em BH se pronunciam após polêmicas sobre evento

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A Stock Car começou a vender os ingressos para BH (Duda Bairros/Divulgação)

As empresas Speed Seven e DM Corporate, organizadoras da Stock Car, decidiram se manifestaram nessa quinta-feira (29) sobre as recentes polêmicas envolvendo a realização de uma etapa da corrida em Belo Horizonte. O corte de árvores no entorno do Mineirão, onde o evento automobilístico deve ocorrer em agosto deste ano, mobilizou entidades e foi parar na Justiça.

Em nota, os organizadores dizem que “desde o convite para a realização, vários estudos foram elaborados em razão da realização do evento”. Dentre eles, foram destacados os estudos de topografia, viabilidade técnica para a construção do circuito, o impacto econômico, projeção turística e impacto ambiental.

As empresas dizem que seguiram “estritamente as determinações legais” e que todas licenças necessárias foram obtidas. O texto cita as licenças do Iphan (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional), IEF (Instituto Estadual de Florestas) e FMC (Fundação Municipal de Cultura).

Polêmica do corte de árvores

Sobre o corte de árvores no entorno do Mineirão, que foi barrado ontem (29) pela Justiça mineira, a Speed Seven e a DM Corporate citou o plantio compensatório de 688 novas árvores na região e disse que o corte se faz necessário para garantir a “segurança do público e dos competidores”.

Segundo as empresas, o plantio de novas mudas começa nesta sexta-feira (1º) por meio da Sudecap. “Este será o início de um processo que se estenderá até a data da realização do BH Stock Festival no início de agosto, quando, então, terão sido plantadas todas as 688 árvores estabelecidas no acordo com o Comam”.

A organização do BH Stock Festival disse, ainda, que terá responsabilidade na manutenção e cuidados com todas as árvores desde o momento posterior ao seu plantio até os próximos cinco anos de contrato em que o evento será realizado na cidade.

“Ademais, os organizadores do evento vão deixar como legado para a região da Pampulha, em contra partida ao tamanho do impacto que o evento pode causar, uma compensação além da prevista por lei e conduzida pela PBH, com o plantio de mais árvores, sobretudo as consideradas nobres, como os Ipês Roxos e Amarelos”, diz a nota.

Somados a essa ação, algumas empresas já parceiras do evento, demonstraram interesse em também contribuir para aumentar esse contingente arbóreo, para mais de mil indivíduos, afim de reforçar essa pauta positiva para o evento e, consequentemente, para a população.

Hospital Veterinário da UFMG

Outro questionamento levantado pelas entidades defensoras do meio ambiente e dos animais é a proximidade da pista da corrida com o Hospital Veterinário da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A comunidade acadêmica teme que o barulho prejudique o quadro de saúde dos animais que se encontram em tratamento no local.

Sobre o assunto, os organizadores da Stock Car disseram que vão construir barreiras acústicas. “A reitora [da UFMG] indicou um especialista da própria Universidade, reconhecido nacionalmente por sua atuação neste tipo de análise, para a orientação na solução definitiva na construção e instalação de tais barreiras”, explicam.

“As barreiras acústicas, utilizadas em larga escala em autoestradas ao redor do mundo, serão um legado oferecido pelo BH Stock Festival à comunidade de Belo Horizonte. Elas permanecerão instaladas de forma definitiva no local que, historicamente, recebe inúmeros jogos de futebol, shows, fogos de artifícios, buzinaços, blocos carnavalescos, etc”, acrescenta a nota.

UFMG contesta organizadores

Em nota enviada ao BHAZ, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) disse que a reitora Sandra Goulart participou de uma reunião com os organizadores da Stock Car. Na ocasião, ela teria apresentado os problemas que o evento traria para a comunidade acadêmica.

“Foi entregue aos organizadores um ofício da Diretoria da Escola de Veterinária na qual a unidade relatava a enorme apreensão com a organização do evento e seu impacto não apenas para o Hospital Veterinário – incluindo a impossibilidade de acesso ao prédio –, mas também para todas as atividades de ensino e pesquisa da Instituição”, diz a nota.

Em relação à barreira acústica, reitora disse que “qualquer proposta precisaria ser discutida e aprovada pelo setor responsável da Universidade, a Pró-Reitoria de Administração, cujos responsáveis mantiveram algumas interlocuções com a empresa”.

A universidade nega, portanto, que tenha apresentado algum projeto nesse sentido aos organizadores do evento automobilístico. “Por fim, cabe registrar que não partiu da reitora da UFMG ou da equipe da Administração Central nenhuma indicação de especialista para avaliar a questão acústica”, declarou.

Nota da UFMG na íntegra

Após a divulgação pela mídia da confirmação da corrida da Stock Car na região da Pampulha, sem que houvesse qualquer contato preliminar com sua direção, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participou de uma reunião com a organização do evento, na qual foi levantada a ideia de se construir uma barreira acústica para mitigar o ruído.

Na ocasião, a Reitora e a Diretora de Cooperação Institucional, que é professora da Escola de Veterinária, argumentaram que o ruído não seria o único problema a ser enfrentado e expressaram suas preocupações acerca dos enormes impactos que seriam produzidos na região e na UFMG. Foi entregue aos organizadores um ofício da Diretoria da Escola de Veterinária na qual a unidade relatava a enorme apreensão com a organização do evento e seu impacto não apenas para o Hospital Veterinário – incluindo a impossibilidade de acesso ao prédio –, mas também para todas as atividades de ensino e pesquisa da Instituição.

Em relação à possibilidade de barreira acústica, cuja viabilidade e eficácia carecem de estudos aprofundados, a Reitora enfatiza que qualquer proposta precisaria ser discutida e aprovada pelo setor responsável da Universidade, a Pró-Reitoria de Administração, cujos responsáveis mantiveram algumas interlocuções com a empresa. No entanto, até o momento nenhum projeto foi apresentado para mitigar a questão sonora ou para resolver os demais problemas apresentados.

Por fim, cabe registrar que não partiu da reitora da UFMG ou da equipe da Administração Central nenhuma indicação de especialista para avaliar a questão acústica.

Larissa Reis

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.
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