Parada LGBT volta a BH após dois anos e promete celebração multicolorida

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BH terá casa de acolhida LGBTQIAP+ (Divulgação/Mayara Franco)

A Parada Oficial do Orgulho LGBT de Belo Horizonte está de volta para sua 23ª edição, após dois anos de pausa por conta da pandemia de Covid-19. A data da manifestação está marcada para o dia 6 de novembro, mas ainda não tem local confirmado. A informação foi dada pelo Cellos-MG (Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais), nesse fim de semana.

Azilton Viana, presidente do Cellos-MG, conta ao BHAZ que a parada irá acontecer no dia 6 de novembro por conta do índice de transmissão da Covid-19 na capital mineira. “Pensamos em fazer no segundo semestre porque a Covid e a gripe são doenças que se intensificam no inverno por conta do clima seco”, diz Azilton.

O nível de contaminação em BH é um fator preocupante para a organização da manifestação. O presidente do Cellos-MG conta que fará uma reunião com a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) nesta semana para avaliar as condições de realização da Parada do Orgulho LGBT.

Manifestantes se reuniram para a parada LGBT de BH, em 2019 (Moisés Teodoro/BHAZ)

PBH está cuidadosa

“A prefeitura está muito cuidadosa nesse sentido de não fazer nada sem que se perceba a realidade da cidade”, diz Azilton. “Nós estamos bastante preocupados porque existem protocolos sanitários que ainda estão em vigor e isso pode interferir, então a gente está com muito cuidado. A maior expectativa é que tudo volte à normalidade”.

O presidente do centro de luta LGBTQIA+ revela que enquanto o formato do evento não estiver definido com a administração municipal, ainda não será possível confirmar atrações e novidades para o público. “Sempre começamos a partir do desenho. Estamos tratando primeiro a questão da segurança, como as pessoas vão acessar e tudo mais”.

Gilberth Santos, coordenador da parte artística do movimento, destaca que a prioridade será dada para artistas locais. “Temos o costume de valorizar a cena local e por isso escolhemos não convidar artistas de renome nacional. A escolha será feita por um edital público, que ficará disponível entre julho e agosto, em que todos podem se inscrever e concorrer”.

Mesmo com as pendências e preocupações do formato, a organização da manifestação mantém o lado da expectativa. “Tem uma expectativa muito grande, está todo mundo muito ansioso para ocupar as ruas, vestir as roupas, colocar sua fantasia, reencontrar as pessoas, a parada é isso”.

22ª Parada LGBT de BH (Amanda Dias/BHAZ)

Local ainda não confirmado

Em relação ao local, Azilton Viana diz que a organização da parada pretende que ela aconteça na Praça da Estação, local onde sempre foi realizada, mas ainda está em negociação com a PBH. “Sempre foi na Praça da Estação e eu também não vi outro lugar que comporte o número de pessoas, então é o nosso desejo”.

“A parada de BH é a terceira maior do nosso país e se tornou uma manifestação de grande porte. Isto envolve diversos órgãos públicos de segurança e controle, por este motivo a demora no lançamento da data, pois sempre a fizemos com muita responsabilidade”, informa a postagem oficial sobre o retorno do evento. Confira:

Outras edições da Parada LGBT de BH

Para a 21ª edição da parada LGBT em Belo Horizonte, que aconteceu em 2018, a prefeitura da capital aumentou os investimentos em 20%, destinando R$ 120 mil para a realização. Com o tema “Mais Democracia e Mais Direitos Humanos: esse é o Brasil que queremos para as LGBT”, o local contava com serviços de saúde e informações sobre como denunciar agressões.

A parada contou pela primeira vez com o apoio da Uber e, pelo terceiro ano consecutivo, da companhia de tecnologia ThoughtWorks. A manifestação teve concentração na Praça da Estação com shows e ator políticos, e seguiu com trios elétricos pelas ruas Guaicurus, Bahia e Avenida Amazonas.

22ª edição

Na 22ª edição da Parada LGBT, em 2019, o ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD) fez uma participação e animou o público ao enaltecer a diversidade. Ao subir no palco do evento, o político xingou “todos que pensam ao contrário”, ao lado da ex-primeira-dama Ana Laender.

“Trago pra vocês três palavras libertadoras: primeiro, [o governante dizer] não sei. O não sei liberta como não sabemos, vamos aprender a fazer. A segunda: vire para quem ame e diga: ‘eu te amo’. Isso é muito importante. E a terceira e última: foda-se para todos que pensam ao contrário, f*da-se para eles todos”, declarou Kalil. Relembre:

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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