Além de marcar a busca por direitos iguais para a população LGBT, e a luta pelo fim das diversas formas de violência sofridas pela comunidade, a 21ª edição da Parada contará com uma série de serviços para o público que comparecer à Praça da Estação, no Centro da capital.
O evento está marcado para ocorrer a partir das 11h do próximo domingo (8). E, antes da caminhada, quem for ao local vai ter acesso a serviços de saúde e a informações sobre como denunciar agressões, entre outros. Neste ano, o tema da Parada é “Mais Democracia e Mais Direitos Humanos: esse é o Brasil que queremos para as LGBT”. O objetivo é mostrar que a democracia é “a única forma de se reverter o perigoso quadro político e social que vivemos”.
Nesta quarta-feira (4), representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS-MG) e de empresas parceiras se reuniram em uma coletiva de imprensa para discutir a realização do evento. De acordo com Thiago Costa, subsecretário de Direito e Cidadania da Secretaria Municipal de Assistência Social, o Executivo aumentou em 20% os investimentos na Parada. Foram aplicados, no total, R$ 120 mil em estrutura, que vai do palco, passa pela segurança até os banheiros químicos.
“Tudo aquilo que é para garantir que a Parada ocorra com segurança é hoje garantido pela Prefeitura”, disse Costa. “A expectativa de movimentação financeira é acima de R$ 4 milhões. A gente realiza uma pesquisa pela Belotur (empresa de turismo da capital), e pela Faculdade de Ciências do Estado. A gente apurou no ano passado uma movimentação estimada em R$ 4,3 milhões no ano passado. Então a gente espera um aumento de 20% neste ano”, explica.
Para Bruno Chaves, um dos coordenadores do Cellos, o tema da 21ª edição da Parada é importante a nível nacional, já que reafirma um compromisso com a trajetória democrática do país. Segundo o Cellos, a cada 19 horas uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil e, nos últimos dois anos, “nenhuma política de afirmação e enfrentamento desses índices foi implementada”.
Azilton Viana, presidente do grupo, lembra que algumas pessoas podem se sentir incomodadas com possíveis transtornos criados pela Parada. No entanto, ressalta que eles são mínimos diante da perda de direitos e da importância do movimento. “Os transtornos podem ocorrer, mas é por uma causa justa. Tenham paciência”, explica.
Neste ano, a Parada conta pela primeira vez com o apoio da Uber e, pelo terceiro ano consecutivo, da ThoughtWorks. As duas empresas assumiram compromisso com a diversidade e trabalham, em conjunto com o Cellos, para que o movimento ocorra da melhor forma possível. Para celebrar a iniciativa, e tudo o que ela representa, a Uber usa desde o início desta semana o chamado “rainbow routes”. Ou seja, os trajetos de viagens aparecem com as cores do arco-íris.
A concentração da 21ª edição da Parada LGBT ocorre na Praça da Estação, onde shows e atos políticos ocorrem até às 16h. Na sequência, trios elétricos vão sair junto com a multidão para colorir a cidade. O trajeto passa pelas ruas Guaicurus, Bahia e avenida Amazonas.
A dispersão ocorre na Praça Raul Soares.
Mostra de grafites LGBT acompanha a programação
Na próxima quinta-feira, às 19h, a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania realizará uma oficina de grafite com a temática LGBT no Centro de Referência da Juventude (rua Guaicurus, 50, Praça da Estação). Todos os artistas da cidade que pintam com spray estão convidados para a atividade. Serão disponibilizadas telas, materiais de proteção e tintas com as cores do arco íris.
Serão produzidas 10 telas que ficarão expostas no Centro de Referência da Juventude (CRJ) a partir de sexta-feira, às 14h. Elas também poderão ser vistas nos pontos de atendimento da Prefeitura de Belo Horizonte durante a Parada.
O objetivo da ação é integrar os artistas com o público frequentador do CRJ, realizando uma discussão sobre a potencialidade do grafite para a garantia da cidadania no município.
