Passeio de barco na Pampulha avança na Câmara mesmo com lagoa poluída; entenda

Imagem mostra Lagoa da Pampulha e um barco
Divino Advincula/PBH + Sulox32/Pixabay

Um vereador de Belo Horizonte quer liberar a operação de barcos e serviços náuticos na Lagoa da Pampulha, um dos principais pontos turísticos da capital. O PL (Projeto de Lei 523/18), de autoria do vereador Carlos Henrique (PMN), permite à prefeitura da capital abrir uma licitação para selecionar empresas que ofertem o serviço.

Procurada, a PBH disse que não tem projetos para ofertar serviços náuticos na Pampulha. A lagoa ainda passa por processo de limpeza do espelho d’água, desassoreamento e de tratamento da qualidade da água, que custam cerca de R$ 25 milhões aos cofres da prefeitura por ano.

O PL foi aprovado em primeiro turno na CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte), na última quinta-feira (12), com 31 votos favoráveis e quatro contrários. Agora, a proposição deve ser avaliada em segundo turno e seguirá para as mãos do prefeito Alexandre Kalil (PSD). Ainda não há previsão para a segunda apreciação do projeto na Casa.

Segundo a justificativa do vereador, a ideia da proposta é fomentar o turismo na lagoa. “A presente proposição visa promover, ainda mais, o potencial turístico da Lagoa da Pampulha, possibilitando aos munícipes de Belo Horizonte e aos turistas do mundo todo a visão a partir da própria lagoa. Além disso, a proposição abrirá possibilidades de incremento econômico e de geração de empregos pra toda a região”, diz o texto.

Limpeza

Divulgação/PBH

Segundo a Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), cerca de 30 homens trabalham diariamente no processo de limpeza da lagoa, com a utilização de dois barcos e uma balsa.

De acordo com o órgão, em média, cinco toneladas de lixo são recolhidas por dia na Pampulha. Em períodos chuvosos, o volume aumenta e chega a dez toneladas diariamente.

Dados da Sudecap mostram que, anualmente, a prefeitura investe R$ 15,4 milhões no processo de tratamento da água da lagoa. Há também o investimento de R$ 1,7 milhões na limpeza do espelho d’água.

A prefeitura fez um contrato de quatro anos, com valor de R$ 33 milhões, para o desassoreamento do cartão postal. Totalizando um gasto de R$ 25,3 milhões por ano.

A nova etapa de desassoreamento da Lagoa da Pampulha prevê a retirada de aproximadamente 140 mil metros cúbicos de sedimentos e terra do fundo da lagoa, por ano.

A operação começou em setembro de 2018 e será mantida até 2022. Neste período, a expectativa é de que 460 mil metros cúbicos de areia sejam retirados da Pampulha. De 2018 até o momento, 85,9 mil metros cúbicos já foram retirados. Em 2019, esse número deve chegar a 158 mil m³.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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