Polícia conclui que segurança denunciado por abordagem em shopping de BH não foi racista

julia gomes
Segundo a Polícia Civil, os elementos juntados aos autos não mostraram racismo na conduta do segurança (Reprodução/@jlia.gomes/Instagram)

A Polícia Civil concluiu, nessa quinta-feira (5), que o segurança denunciado por racismo contra uma jovem de 18 anos em um shopping de Belo Horizonte não cometeu discriminação. O episódio ocorreu dois meses atrás com a empreendedora Julia Gomes, no Pátio Savassi, região Centro-Sul da capital mineira. O funcionário não foi indiciado.

Por meio de nota (leia abaixo na íntegra), a corporação informa que os elementos juntados aos autos não mostraram racismo na conduta do suspeito. O caso (lembre aqui) foi investigado na Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas.

Entenda a denúncia

Em março deste ano, a empreendedora Julia Gomes usou as redes sociais para relatar um episódio de constrangimento sofrido por ela em um shopping na Zona Sul da cidade. Julia Gomes, 18, disse ter sido abordada por um segurança do Pátio Savassi e relatou que sentiu desconforto com a interação.

Segundo a jovem, ela esperava o tio participar de uma reunião no local. “Eu fui com meu tio no Pátio Savassi, ele estava numa reunião, enquanto isso eu fiquei aguardando. A reunião dele demorou uma hora e meia. Nesse período, eu fiquei sentada em um banco esperando por volta de uma hora. Enquanto eu estava sentada, vários seguranças passavam, olhavam, encaravam, toda hora”, explicou.

A jovem narrou ter se cansado da situação e decidiu passear pelo shopping enquanto o tio não retornava. Foi então que, segundo conta, começou a ser observada pelos seguranças do local, que a encararam por muito tempo. “Teve um que me parou e falou assim: ‘Ah, hoje tá só aqui dando voltinha né? O shopping é pequeno’”.

Medidas legais

Julia acrescentou ainda que, no momento da abordagem, não entendeu as intenções do funcionário. “Ele fez isso numa escada rolante, travou a passagem. Tinha outras pessoas perto de mim, e os que estavam frequentando o local eram, em maioria, pessoas brancas. As pessoas pretas que estavam lá, na maioria, trabalhavam”, lembra.

À época, a vítima revelou que acionaria um advogado para tomar as devidas providências sobre o ocorrido. Em nota, o Pátio Savassi defendeu que “não compactua, não tolera e repudia quaisquer atitudes discriminatórias” e que uma equipe de atendimento prestou suporte à jovem assim que soube do ocorrido. O shopping se mostrou “aberto ao diálogo” e à disposição das autoridades.

“Registramos, fizemos o boletim de ocorrência. Agora tá entrando com advogado. Não vai ficar: ‘aconteceu isso e pronto’. Se aconteceu isso comigo, que querendo ou não, tenho um celular bacana, estava com uma bolsa cara, estava com uma sandália cara. Imagina como é o tratamento para pessoas que não têm isso que eu tenho”, finalizou nos stories à época.

Nota da Polícia Civil na íntegra

A Polícia Civil de Minas Gerais informa que concluiu o inquérito policial que apurou denúncia de racismo supostamente ocorrido dentro de um shopping em Belo Horizonte. Após as investigações, a delegada responsável pela Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas decidiu pelo não indiciamento do suspeito com base nos elementos juntados aos autos.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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