PBH amplia leitos para Covid-19, mas ocupação das enfermarias sobe e segue no nível vermelho

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A capital mineira soma 7.132 mortes pela doença (Amanda Dias/BHAZ)

A taxa de ocupação de enfermarias voltou a subir nessa terça-feira (18), de acordo com o boletim etimológico e assistencial da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte). O aumento acontece mesmo com a ampliação, pelo segundo dia consecutivo, da oferta de leitos para pacientes com Covid-19. O médico infectologista Leandro Curi aponta que a variante ômicron junto com o relaxamento das medidas sanitárias são os principais fatores para o aumento no número de internações.

Conforme os dados da prefeitura, a taxa de ocupação de enfermarias saiu de 82,7% para 84,7%, mantendo-se no patamar mais grave. Ao mesmo tempo, mais 39 leitos destinados ao tratamento de Covid-19 foram disponibilizados nos hospitais da rede pública. Agora, a cidade tem um total de 738 vagas, sendo que 625 estão ocupadas e 113 livres.

“A variante ômicron já é prevalente entre nós e ela tem poder de expansão e infecção cerca de 70 vezes maior do que a cepa original, então é de se esperar que muito mais gente se infecte, mesmo com as medidas sanitárias”, explica o infectologista Leandro Curi ao BHAZ.

A situação piora ainda mais com o relaxamento das medidas protetivas. “E as pessoas estão abrindo mão da máscara, do isolamento… não existe mais distanciamento dentro de uma pandemia. A gente não vê restrição em shows, bares, balada, jogos. Em lugar nenhum. Muita pouca gente está fazendo a restrição de um ano atrás. Só que ainda estamos no meio de uma pandemia e com uma variante mais infectante”, pontua.

Hoje, a taxa de transmissão está muito próxima do nível crítico, de 1,2. O boletim de ontem demonstra que houve um aumento de 1,16 para 1,18 no indicador.

Indicadores de monitoramento de Covid-19 (PBH/Reprodução)

Internações graves e morte

O médico esclarece que ainda não se sabe sobre as consequências a longo prazo da variante no organismo dos infectados. “Ela é menos mortal, menos deletéria a curto prazo, mas a gente não sabe a longo prazo. E apesar de ser um pouco menos letal, não quer dizer que não mata. Ela faz internar, como estamos vendo, só que em menor proporção”.

Nas UTIs, a PBH abriu mais 10 leitos na rede pública para paciente infectados pelo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico de ontem. Mesmo assim, de segunda (17) para terça-feira, a taxa de ocupação apresentou uma queda de apenas 0,1%, passando de 82,2% para 82,1% e se mantendo no nível crítico. Agora, a cidade tem um total de 235 leitos, sendo que 193 estão em uso e 42 vazios.

Em relação à mortes, uma pessoa foi a óbito pela doença nas últimas 24 horas. “Tem menos gente que morre proporcionalmente, mas tem muita gente atingida, então fatalmente alguém pode morrer. Uma coisa compensa a outra”, pontua o infectologista.

Vacina

Segundo Leandro Curi, a ômicron também consegue desviar mais facilmente da proteção proporcionada pelo sistema imunológico do corpo. “Outro problema da variante é que ela tem um escape imune mais rápido. Ela consegue desviar da vacina e dos nossos anticorpos mais facilmente, então ela é mais fácil de se contaminar mesmo com as duas doses. Estudos mostram que a terceira dose está segurando melhor, mas ainda sim tem chance de pegar, transmitir e continuar sendo um agente da pandemia”.

Ele explica que a pandemia terminaria muito mais rápido se as medidas sanitárias ainda estivessem sendo adotados. “Um sujeito isolado com Covid, mesmo que vacinado, é um sujeito que não vai transmitir. Mas na balada, festa de família, rindo alto, beijando, é um sujeito que vai transmitir. Relaxamos muito com as medidas sanitárias”, finaliza.

Edição: Vitor Fernandes

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