A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) inaugurou a primeira Casa de Acolhimento LGBT+ da capital, com o objetivo de acolher pessoas com mais de 18 anos em situação de risco social e pessoal, que não tenham moradia. São 20 vagas disponíveis.
O prefeito Fuad Noman (PSD) havia anunciado a inauguração da casa de acolhimento durante a Parada do Orgulho LGBT BH deste ano, em 6 de novembro. O espaço funcionará no bairro Floresta, região Leste da capital.
“Vamos abrir a casa acolhimento para o grupo LGBT, para atender aquelas pessoas que estão em situação de morar de rua, que são negros, pobres, vítimas de agressão na rua e preconceito”, declarou na ocasião.
Inauguração
O estabelecimento foi inaugurado no aniversário de BH, nessa segunda-feira (12). “Que nós possamos dar para as pessoas que vierem pra cá um ambiente seguro, para sair de uma condição perigosa e uma situação vulnerabilidade”, afirmou o prefeito.
De acordo com a PBH, o objetivo é possibilitar que as pessoas atendidas tenham o fortalecimento e a reconstrução de vínculos para retorno ao convívio familiar e comunitário, quando possível, ou a construção e alcance da autonomia.
“Sabemos que a população LGBT é vulnerável, principalmente aqueles mais pobres. Considerando esse cenário, essa é a resposta do município, um abrigo humanizado, uma unidade estatal”, disse a secretária de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Rosilene Rocha.
Durante o anúncio na Parada do Orgulho LGBT, a secretária ainda reforçou que a pasta se preocupa em fazer recortes de raça e gênero no momento de oferecer serviços de cidadania para a população.
“A gente sabe muito bem que a pobreza e a vulnerabilidade em BH têm raça e têm cor. São normalmente mulheres e mulheres trans, e os negros e as negras da cidade. Então, a gente está fazendo estudos de maneira que possamos aumentar cada vez mais a inclusão social, especialmente para esse público mais em vulnerabilidade”, declarou.
Como funcionará a casa de acolhimento LGBT+?
A Casa de Acolhimento LGBT+ de BH não funcionará como um serviço de “porta aberta”, quando o próprio usuário busca a ajuda.
De acordo com a PBH, as vagas disponíveis inicialmente serão preenchidas por meio do encaminhamento das equipes, em especial do Centro de Referência LGBT de Belo Horizonte, a partir de uma avaliação técnica que contemplará os riscos e vulnerabilidades apresentados em atendimento.
“Uma das prerrogativas do serviço é que a unidade tenha aspectos de uma residência com ambiente acolhedor e estrutura física adequada, buscando o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente familiar”, detalha a prefeitura.
O serviço ainda deve incentivar o acesso à cidade e serviços públicos como saúde, educação, lazer e cultura. O Instituto Darcy Ribeiro atuará em parceria com a administração municipal na gestão da casa de acolhimento.