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Professora é demitida de escola na Grande BH após pedir para alunos ilustrarem cabelo afro com bombril

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Desligamento da professora aconteceu após a repercussão da atividade proposta (Reprodução/Redes sociais)

Uma professora da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi demitida. A decisão foi tomada após a educadora Luciana Silva ter aplicado atividade pedindo para os alunos usarem bombril para ilustrar o cabelo afro de uma pessoa negra.

A repercussão negativa do exercício começou com os responsáveis pelos alunos e acabou culminando com a saída da professora da instituição de ensino.

“O Movimento Apaeano repudia qualquer forma de discriminação buscando sempre combater essa prática historicamente consolidada na sociedade. Assim, imediatamente após o fato, a APAE de Ribeirão das Neves tomou as medidas cabíveis incluindo o acordo de desligamento da professora envolvida”, diz trecho da nota encaminhada ao BHAZ.

A entidade se manifestou contrária a “todo tipo de discriminação pela cor, etnia, gênero, condição social, nacionalidade, idioma, religião, orientação sexual ou qualquer outra condição/característica”.

A Federação das APAEs do Estado e a APAE de Ribeirão das Neves reafirmaram o compromisso com “as lutas de grupo sociais em defesa da diversidade, da ética e dos direitos humanos”.

Explicação

A professora chegou a explicar, também em nota, que o uso do bombril seria para o desenvolvimento da imaginação dos alunos, estimulando a percepção visual, tátil e a motricidade fina, promovendo a capacidade de expressão e conhecimento do mundo.

“E eu como professora de estudantes com deficiência promovo ações que demonstra essa igualdade que todos queremos. Portanto quero aqui pedir desculpas se despertei uma impressão de preconceito, minha intenção foi exatamente o contrário, ou seja, promover a reflexão sobre a identidade negra”.

Nota da APAE de Ribeirão das Neves

“A Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais e a Apae de Ribeirão das Neves vêm a público, por meio desta nota, manifestar seu total repúdio a posição da professora que propôs uma atividade escolar solicitando aos alunos para colocarem bombril no lugar dos cabelos, em uma imagem que ilustrava uma pessoa negra.

O Movimento Apaeano repudia qualquer forma de discriminação buscando sempre combater essa prática historicamente consolidada na sociedade.

Assim, imediatamente após o fato, a Apae de Ribeirão das Neves tomou as medidas cabíveis incluindo o acordo de desligamento da professora envolvida. Cabe destacar que a Instituição, como entidade de defesa de direitos, é radicalmente contra todo tipo de discriminação pela cor, etnia, gênero, condição social, nacionalidade, idioma, religião, orientação sexual ou qualquer outra condição/característica. Reafirma ainda compromisso com as lutas de grupos sociais em defesa da diversidade, da ética e dos direitos humanos.

Por fim, a Federação das Apaes do Estado e Apae de Ribeirão das Neves reafirmam seu posicionamento contrário a este fato e, mais amplamente, a qualquer forma de manifestação racista, com expressa posição de combate e defesa pelo fim da discriminação e da violência contra a população negra”.

Vitor Fórneas

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).
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