Professores de BH decidem manter greve e Justiça determina multa de R$ 50 mil por dia

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Professores decidiram manter a greve e aguardam PBH (Amanda Dias/BHAZ)

O conflito entre os professores da rede municipal de ensino e a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (11). Uma decisão da Justiça mineira voltou a afirmar que a paralisação é ilegal e aumentou a multa diária de R$ 1 mil para R$ 50 mil, caso a categoria mantenha a greve.

No entanto, em assembleia realizada na Praça da Estação, na tarde desta quarta, a categoria decidiu manter a paralisação. Após a reunião, os professores marcharam em protesto pelas ruas do Centro.

Em conversa com o BHAZ, a diretora do Sind-Rede (Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte), Vanessa Portugal, disse que a assembleia também discutiu uma nova proposta para ser levada à PBH. “Nós já temos uma nova proposta e aguardamos uma reunião com a prefeitura”, afirma.

Sobre a decisão da desembargadora Maria das Graças Albergaria Costa, que determina o fim da greve e aumenta a multa em caso de descumprimento da ordem, Vanessa diz que o sindicato ainda não foi notificado. “A greve continua, a assembleia votou e decidiu isso. Nós ainda não fomos notificados, respeitamos a Justiça e lamentamos que, nesse momento de ameaça as liberdades em que passamos no país, o prefeito venha tentando calar uma entidade de classe que representa os professores”, afirma.

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Em entrevista coletiva nessa terça (10), o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, disse que o Sindi-Rede tem dificultado as negociações para o fim da greve.

“O sindicato vem alegando que não temos diálogo. Mas, recebemos eles na sexta-feira (6) para discutir, recebemos uma proposta em um formato que atendesse essa categoria, aprovamos na parte da tarde e mesmo assim o sindicato não aceitou e continua em greve”, disse.

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Ponto de discordância

O ponto de discordância entre as partes está na extinção de dois níveis de carreira dos professores. A prefeitura pretende dar fim aos níveis 1 e 2, que recebem abaixo do piso nacional, que é de R$ 1.623,51 proporcionalizado, recolocando esses professores no nível 3, que recebe R$ 1.701,00.

No entanto, o sindicato pede que a prefeitura reconheça o nível 3 como ponto inicial da carreira dos professores, para que as composições do piso sejam feitas sobre o valor de R$ 1.701,00. “Nós estamos dispostos a abrir mão de dois níveis de carreira, desde que o nível 3 se torne o nível inicial. É só a PBH reconhecer isso”, diz Daniel Wardil, também diretor do Sindi-Rede.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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