Shoppings de BH e Uberlândia pedem despejo da Starbucks por atrasos em aluguéis

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Quatro shoppings de BH e um de Uberlândia entraram com uma ação de despejo contra a Starbucks por falta de pagamento do aluguel (Starbucks/Divulgação)

A rede de cafeterias Starbucks Brasil corre o risco de fechar as unidades em shoppings de Belo Horizonte. Quatro centros comerciais da capital e um de Uberlândia entraram com ações de despejo contra a rede por falta de pagamento do aluguel.

Um dos estabelecimentos que exige o pagamento de dívidas de locação é o Shopping Del Rey, localizado na Pampulha. Em 10 de outubro, o juiz determinou a expedição de alvará para o pagamento do valor, supostamente já depositado pela Starbucks.

Já a rede Multiplan, que administra o BH Shopping, conseguiu na Justiça uma liminar para o pagamento de caução de 3 meses de aluguel e desocupação voluntária. Caso a ordem não seja cumprida, a rede será despejada do estabelecimento.

Os shoppings Boulevard, em BH, e o Center Shopping, de Uberlândia, também moveram ações de despejo em 1º de novembro deste ano, processos que ainda estão em fase inicial.

O shopping Cidade, no Centro de BH, também entrou na Justiça contra a rede de cafeterias em julho deste ano e o processo se encontra em andamento.

Em contato com o BHAZ, os shoppings Del Rey, Boulevard e Cidade informaram que não vão se pronunciar sobre as ações. A reportagem procurou a Starbucks Brasil que informou, por meio da SouthRock Capital, que a empresa “segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exigiu a reestruturação de seus negócios” (leia na íntegra abaixo).

Pedido de recuperação judicial

Na última semana, a SouthRock Capital, empresa que opera a Starbucks no Brasil, pediu recuperação judicial no Tribunal de Justiça de SP. O documento cita dívidas de R$ 1,8 bilhão.

De acordo com a SouthRock Capital, os desafios econômicos advindos da pandemia, a inflação e as taxas de juros elevadas agravaram as dificuldades financeiras dos varejistas. O calendário de aberturas e os alinhamentos com fornecedores e stakeholders também passarão por revisão.

Segundo O Globo, a operadora teve uma queda de venda de 95% em 2020, 70% em 2021 e 30% em 2022. A empresa diz ter sido atingida pela inadimplência de parceiros comerciais, cita a alta dos preços de insumos para o varejo e as dificuldades de manutenção de lojas físicas durante a pandemia.

As marcas Starbucks, Subway, TGI Fridays, Brazil Airports Restaurants, Brazil Highway e Eataly (São Paulo) continuarão operando normalmente durante a fase de reestruturação, conforme informou o fundo de investimentos.

Nota da Starbucks na íntegra

Ao longo dos últimos três anos, desde que a pandemia da COVID-19 transformou drasticamente a vida de todos ao redor do mundo, incontáveis empresas, incluindo varejistas, têm sido vistas lutando para manter suas operações. Os desafios econômicos no Brasil resultantes da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juros elevadas agravaram os desafios para todos os varejistas, incluindo a SouthRock. 

Neste cenário, a SouthRock segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exigiu a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de representar no Brasil, os seus Partners (colaboradores), consumidores e as operações de suas lojas. 

O processo de reestruturação da SouthRock já começou, com o apoio de consultores externos e stakeholders. Mas, o trabalho deve continuar, então a SouthRock solicitou Recuperação Judicial para proteger financeiramente suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica. Por uma decisão de negócios, tomada em conjunto com seus parceiros comerciais, a marca Subway não faz parte do pedido de Recuperação Judicial.

Neste momento, o pedido está sendo analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o qual já concedeu tutela de urgência à SouthRock, antecipando parte dos efeitos da Recuperação Judicial.

Os ajustes às marcas já previstos pela SouthRock incluíram a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente. 

Enquanto esses ajustes estruturais são implementados, todas as marcas continuarão sendo operadas pela SouthRock, entregando os produtos exclusivos e as experiências únicas que cada uma delas oferece aos consumidores que visitam suas lojas todos os dias.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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