Maior produtor de arroz do Brasil, o Rio Grande do Sul sofre com impactos de fortes chuvas que atingem o estado ao longo dos últimos dias. Em decorrência da tragédia, supermercados de Belo Horizonte já limitam a quantidade de pacotes de arroz vendidos por cliente. Fotos que mostram informes a respeito da situação, fixados em gôndolas de estabelecimentos, viralizam nas redes sociais nesta quarta-feira (8).
Na capital mineira, lojas do Supermercados BH e do MartMinas limitam a compra de unidades de pacotes de arroz. Relatos nas redes sociais ainda dão conta de que supermercados do Espírito Santo, São Paulo, Ceará e Paraná também limitam a venda do produto.
A restrição de unidades por cliente é explicada pelas enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul, que é responsável por 70% da produção nacional do arroz. Fontes ouvidas pelo BHAZ explicam que não há, até o momento, um cenário de desabastecimento de arroz em supermercados de Minas Gerais e que não é preciso alarde.
A reportagem entrou em contato com a Amis (Associação Mineira de Supermercados) e com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais para entender a situação. A reportagem será atualizada tão logo respostas sejam recebidas.
De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, as chuvas no Rio Grande do Sul causaram perdas na lavoura, alagamento nos armazéns e, principalmente, dificuldade logística para escoar o produtos, o que compromete a produção de arroz.
Brasil vai importar arroz
Para evitar uma escalada dos preços, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) vai comprar arroz já industrializado e empacotado no mercado internacional. É o que explica o ministro Carlos Fávaro.
“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, explicou . Os recursos para a compra pública de estoques de arroz empacotado serão viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário.
“Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, acrescentou o ministro.
Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. “Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável”, garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.
Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes.
Com Agência Brasil