Sobre rodas: taxistas e motoboys sentem os reflexos da falta de combustível

Yuran Khan/BHAZ

Uma grande parcela da população depende de veículos e transporte coletivo para trabalhar, porém boa parte dela se viu diretamente prejudicada pela falta de combustíveis e preços excessivos. É o caso de taxistas e motoboys que, durante os dias de greve dos caminhoneiros, se viram em uma situação critica em relação ao trabalho do dia a dia.

O taxista Francisco Costa conta que o veículo com que trabalha é movido a gasolina, por isso, ficou sem trabalhar nos últimos quatro dias “Fiquei sem rodar porque não quis pagar esse preço absurdo e enfrentar uma fila de seis, sete horas. É uma falta de respeito com a sociedade em geral. Só consegui trabalhar hoje, porque um vizinho que é dono de posto me disse que iria ter gasolina. Daí eu enchi o tanque, mas não sei o que será dos próximos dias”, lamenta.

(Marcella Oliveira/Bhaz)

Diferente de seu colega, o taxista Marcos Vinicius conseguiu abastecer por ter uma reserva de gasolina com familiares, mas nem assim conseguiu fugir da fila dos postos. “Fiquei das 7h30 até às 16h10”. Em relação às corridas, ele comemora apesar de tudo. “Por causa do aumento de preços de aplicativos, as pessoas pegaram mais táxi nos últimos dias. Quem está conseguindo rodar, está com bom faturamento”, pontua o taxista.

(Marcella Oliveira/Bhaz)

O motoboy Antonio Correia também reclama do aumento abusivo dos combustíveis e diz que é uma mordida que atinge o bolso de todos trabalhadores, inclusive a classe dos motoboys. “Acabou que a maioria (dos motoboys) ficou em casa. Não tem muito o que fazer. Foram muitos pedidos (da empresa), mas poucos ‘motocas’ vieram trabalhar nesses dias da greve. Trabalhei com o que tinha na moto, mas agora acabou e vou pra casa. Não compensa colocar gasolina a R$ 7”, afirma.

(Marcella Oliveira/Bhaz)

Carros a gás viram solução nos últimos dias

Yuran Khan/Bhaz

Nos últimos dias, carros movidos a Gás Natural Veicular (GNV) se tornaram a opção de boa parte da população, que necessita de transporte para locomoção.

João Costa, diretor comercial da cooperativa de táxi Coomotáxi, afirma que os taxistas foram afetados, mas boa parte deles – incluindo a frota da cooperativa  – usam o GNV. E explica: “O gás vem direto do gasoduto, têm os postos mas eles não tem abastecimento convencional, como caminhões que buscam na refinaria.”

Segundo João, a possibilidade de poder rodar a gás é o que fez dos taxistas a primeira opção para muitos belo-horizontinos. “Exatamente por causa dessa situação, puderam oferecer para os cidadãos um serviço totalmente diferenciado, que foi o atendimento a todos os funcionários da rede hospitalar de Belo Horizonte, por exempo”, comemora.

Reinaldo, coperado da Coomotáxi, se diz emocionado por ter a oportunidade de ajudar os cidadãos de Belo Horizonte a se locomoverem em tempos de crise e instabilidade. “O que estamos rodando, não tem base. Domingo, por exemplo, eu saí 5h e fui parar às 23h. Diferente dos aplicativos, nós permanecemos com os 30% da taxa e atendemos com maior presteza todos os clientes”, declara.

Segundo a Gasmig, nos últimos dias, alguns postos registraram aumento de até 30% na venda de GNV. A média de vendas aumentou 18% nos últimos dias e em alguns postos mais centrais chegou a ultrapassar 30%. Atualmente, a Gasmig tem 54 postos que distribuem GNV. O fornecimento do combustível é 24 horas. O preço do metro cúbico do GNV varia de R$ 2,69 a R$ 2,89.

Reinaldo (à direita), se diz satisfeito pelas corridas em tempos de greve. (Divulgação/Coomotaxi)
Marcella Oliveira

Publicitária e redatora do portal BHaz.

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