A técnica de enfermagem Maria do Carmo de Oliveira Silva, que trabalhou durante três décadas no Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), morreu ontem (11), vítima da Covid-19. Ela tinha 78 anos e atuou como coordenadora de Assuntos e Aposentadoria e Pensões do Sindifes (Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Superior).
Ela teve complicações pulmonares e renais decorrentes da infecção pelo vírus. O velório foi no início da tarde de hoje e o sepultamento acontecerá em cerimônia restrita a familiares. Do Carmo, como era conhecida, ganhou notoriedade por sua luta por direitos dos trabalhadores da saúde e em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde).
No Hospital das Clínicas, ela atuou como representante dos trabalhadores nos conselhos Administrativo e Diretor e como representante dos servidores técnico-administrativos da enfermagem na vice-diretoria Técnica de Enfermagem. Ainda no HC, foi vice-diretora da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Também participou do Conselho Municipal de Saúde como representante do Sindifes e do próprio HC.
A técnica de enfermagem foi diretora de Esportes, Cultura e Lazer na Associação dos Servidores da UFMG e militante do movimento negro de Belo Horizonte, com ampla contribuição na defesa da cultura da população negra. No Sindifes, foi coordenadora de Aposentadorias e Pensões durante três mandatos.
‘Mãezona’
A coordenadora geral do Sindifes, Cristina del Papa, afirma que Maria do Carmo foi uma pessoa especial, que passou muitas dificuldades e conseguiu se sobressair nos movimentos negro e sindical. “Ela começou numa época em que o sindicalismo era um ambiente masculino e machista, muito mais do que é hoje”, diz a diretora.
Emocionada, del Papa relata que Maria do Carmo foi uma “mãezona” para ela e para outros sindicalistas de sua geração. “Era uma figura paciente e acolhedora com quem aprendi muito. Comecei minha atuação política na UFMG como suplente dela, em uma chapa da antiga CPPTA [Comissão Permanente de Pessoal Técnico e Administrativo]”, conta.
Maria do Carmo nasceu em Oliveira, no Oeste de Minas Gerais. Foi casada com o eletricista de manutenção Hélio Pereira da Silva, com quem teve seus quatro filhos: Lúcia Aparecida, que também trabalha na UFMG, Hélio Vagner, Wellington e Wesley Flávio. Ela deixou oito netos e duas bisnetas.
Com UFMG