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Torcedor do Cruzeiro morto em emboscada de torcida do Palmeiras é velado em Sete Lagoas

29/10/2024 às 10h27
mancha verde emboscada
(Reprodução/Redes sociais)

O torcedor do Cruzeiro, morto na emboscada de uma torcida organizada do Palmeiras, está sendo velado na manhã desta terça-feira (29), em Sete Lagoas, Região Metropolitana de Belo Horizonte. José Victor Miranda, de 30 anos, morreu queimado após supostos integrantes da Mancha Verde colocarem fogo no ônibus em que ele estava, na madrugada do último domingo (27).

O velório ocorre no Ginásio Esportivo Vinício Dias de Avelar, na avenida José Sérvulo Soalheiro, até às 16h30 de hoje (29). Já o sepultamento ocorrerá no Cemitério Parque Boa Vista, na avenida Padre Tarcísio Gonçalves.

Relembre o crime

O cruzeirense fazia parte da torcida organizada Máfia Azul. Ele estava junto com outros torcedores celestes voltando de Curitiba, no Paraná, onde acompanharam partida contra o Athletico Paranaense, pelo Campeonato Brasileiro. O veículo tinha como destino Minas Gerais. Por volta das 05h, o coletivo foi interceptado enquanto passava pelo quilômetro 66 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo.

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os criminosos espalharam, na rodovia, pregos conhecidos popularmente como “miguelitos”, para furar os pneus do ônibus, que foi incendiado. O grupo também usou bombas e rojões caseiros no ataque.

Vídeos de testemunhas mostram homens encapuzados e usando capacetes, espancando torcedores. Eles agrediam as vítimas com barras. Em uma das gravações, é possível ouvir um agressor anunciar: “é a Mancha Verde do Palmeiras”. As imagens ainda mostram diversos torcedores caídos na rodovia, feridos. Enquanto isso, o ônibus era destruído pelo fogo.

Quem são as vítimas do ataque ao ônibus do cruzeiro?

Cruzeirenses foram torturados pelos agressores. Vídeos gravados no local mostram homens caídos pela rodovia, enquanto os criminosos os espancavam com barras de ferro e de madeira. Pelas gravações, também é possível ver vítimas implorando por socorro. Algumas delas estavam ensanguentadas e seminuas. Fotos mostram as camisas dos torcedores celeste sob posse dos agressores.

Até às 13h, a PRF havia identificado 18 feridos no ataque. Um deles, José Victor Miranda, de 30 anos, morreu após ser levado para o hospital. Ele teve ferimentos pelo graves causados pelo incêndio. O cruzeirense morava em Sete Lagoas, a 70 km de Belo Horizonte e fazia parte da torcida organizada Máfia Azul. Ele deixa um filho ainda criança. Um tio e uma irmã da vítima foram para São Paulo providenciar a liberação do corpo.

O balanço da Polícia Rodoviária Federal aponta que 15 pessoas, incluindo José Victor, foram levadas para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. A unidade de saúde ainda não se manifestou sobre o quadro clínico dos pacientes. Outras três foram encaminhadas para o Pronto Socorro de Franco da Rocha. A reportagem tenta contato com o hospital.

Ainda segundo o PRF, dentre os feridos, há um homem baleado no abdômen. Sete pessoas teriam tido traumatismo craniano.

Rixa entre torcidas

O contexto do crime ainda é investigado, mas testemunhas relataram à polícia que suspeitam de possível reação em relação a um confronto entre membros da Mancha Verde do Palmeiras e da Máfia Azul em setembro de 2022, em Carmópolis de Minas, cidade a 125 km de Belo Horizonte. Na ocasião, o presidente da torcida alviverde, Jorge Luis foi espancado. A versão ainda não foi confirmada pelas autoridades.

A PRF estima que cerca de 120 pessoas atuaram no ataque deste domingo. Todas elas fugiram antes da chegada da polícia. Ninguém foi preso até o momento.

Vídeos mostram homens encapuzados e usando capacetes, espancando torcedores. Em uma das gravações, é possível ouvir um agressor anunciar: “é a Mancha Verde do Palmeiras”.

A reportagem tenta contato com as torcidas envolvidas.

Mancha Verde nega relação com emboscada

A torcida Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, supostamente ligada ao caso, negou ter relação com a emboscada. O crime terminou com a morte de José Victor Mirando e outros 17 feridos, na rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã, na região metropolitana da capital paulista.

“Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos”, declarou no primeiro comunicado divulgado após a emboscada. Segundo a direção, a torcida “não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente”.

O grupo lamentou o episódio e declarou solidariedade às famílias e vítimas. “A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo”, completou.

Amanda Serrano

Com experiência nas principais redações de Minas, como Jornal Estado de Minas e TV Band Minas, além de atuação como assessora política, Amanda Serrano é, atualmente, repórter do Portal BHAZ. Em 2024, fez parte da equipe vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo.
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Amanda Serrano

Email: [email protected]

Com experiência nas principais redações de Minas, como Jornal Estado de Minas e TV Band Minas, além de atuação como assessora política, Amanda Serrano é, atualmente, repórter do Portal BHAZ. Em 2024, fez parte da equipe vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo.

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