Os trabalhadores do metrô de Belo Horizonte decidiram continuar a greve após 20 dias com os braços cruzados. Assembleia realizada pela categoria na manhã desta segunda-feira (6) deliberou pela continuação do movimento paredista pela garantia dos empregos após a privatização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Belo Horizonte).
Segundo a presidente do Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais), uma nova reunião será realizada às 16h de amanhã (7) e vai definir os rumos da paralisação.
Os trabalhadores pedem a revogação da transferência dos contratos, antes firmados na superintendência de Belo Horizonte, para a atual CBTU-MG. “Caso isso seja revogado, amanhã vamos deliberar pelo retorno ao trabalho. Se isso não acontecer, depois da assembleia iremos em uma caravana para Brasília”, explica Alda Lúcia.
Karine Tavares, diretora jurídica do Sindimetro-MG, explica que a atual determinação impede que os funcionários sejam transferidos para outros órgãos ou unidades da CBTU. “A gente poderá fazer sessão dos trabalhadores, eles poderão transferidos para outras unidades da CBTU e a gente terá a garantia da manutenção do nosso emprego público”, disse.
Metrô de BH: 20 dias de greve
A greve do metrô de BH teve início no dia 14 de fevereiro. Segundo a CBTU, a paralisação já gerou um prejuízo de mais de R$10 milhões à companhia, considerando o período de Carnaval.
“No Carnaval de 2020, o metrô transportou quase 800 mil usuários em todo o sistema, de sexta a terça-feira. Só a estação Central recebeu mais de 150 mil passageiros. Em média, 100 mil usuários por dia útil são prejudicados pela greve”, disse, em nota.
No dia 15 de fevereiro, companhia conseguiu uma liminar que determinou o funcionamento de 70% dos trens durante o movimento paredista sob multa de R$200 mil por dia de descumprimento. A Justiça ainda determinou o bloqueio de R$1,2 milhão das contas do sindicato.
Apesar disso, o metrô permaneceu em greve total desde então. Nesta quarta-feira (8), haverá uma audiência de conciliação, mediada pelo Ministério Público do Trabalho, com diversos entes da Administração Pública, em Brasília.