A transexual Cibelly do Pará, espancada por sete homens durante o Carnaval de Belo Horizonte, voltou para a cidade natal nessa terça-feira (16). A vítima ficou mais de três meses internada na capital mineira e só sobreviveu por causa de um “milagre”.
Em entrevista ao BHAZ, Adriely Souza, prima de Cibelly, conta que a família ficou alegre com o retorno da trans para Belém-PA. “Ela chegou por volta das 17h. Eu fiquei muito feliz em vê-la e por saber que ela venceu esta batalha. Nós fomos criadas juntas e ter a Cibelly perto de nós é motivo de alegria”, conta.
Apesar de ter voltado para o Pará, Cibelly continuará o tratamento médico, já que as agressões deixaram sequelas, como a perda da fala e dos movimentos, além do afundamento do crânio. “Cibelly está se recuperando. O joelho dela ainda permanece muito inchado, pois quebrou, e ela sente muitas dores. Estamos correndo atrás do tratamento para ela”.
Adriely acredita que o carinho da família vai ajudar Cibelly na recuperação e isso, segundo ela, já foi notado hoje.
“Ela amanheceu com outra feição, mais alegre. Conversei com ela e falei que vou fazer tudo que puder e que ela pode contar comigo. Cibelly ficou muito feliz e começou a chorar, mas um choro de alegria. Aqui ela vai receber o carinho que merece”, finaliza.
Agressões
Cibelly foi espancada no dia 22 de fevereiro, após ser cercada por sete homens na rua Espírito Santo, no Centro de Belo Horizonte. Em seguida, ela foi abandonada na rua. Cibelly só recebeu algum tipo de socorro após uma amiga dela se deslocar ao local e acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A vítima, então, foi internada em estado grave no Hospital João XXIII.
Foram mais de três meses hospitalizada, sendo mais de 10 dias em coma. A vítima teve afundamento do crânio, perda da fala e dos movimentos. O pai de Cibelly deixou a família no Norte do país e veio para cuidar da filha.
Até hoje, pouco se sabe sobre dinâmica do crime e nenhum suspeito foi localizado (relembre o caso clicando aqui).