Transcon exige vídeo de ônibus após motorista constranger mulher trans, sobrinha cadeirante e irmão Down

(Facebook/Reprodução+Google Street View/Reprodução)

A Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Contagem (Transcon) informou ao BHAZ que pediu à empresa de transportes responsável pela linha 350 B – Tropical/Metrô via Carrefour – as imagens de uma ocorrência envolvendo uma travesti, sua sobrinha cadeirante e seu irmão com síndrome de Down, ambos parentes de coração, no último domingo (7), em Contagem, na Grande BH.

Segundo a faxineira Lara S., mulher trans, ela voltava de um shopping na região com a sobrinha de 13 anos e o irmão, de 43, e ao se apresentar para o motorista da linha 350 B, ele subiu a cadeirante devidamente e, na sequência, pediu os documentos de gratuidade, que não estavam na posse da faxineira.

O motorista então disse que não poderia transportá-los. Lara S. disse que pagaria as passagens, mas como o condutor do coletivo se negou, mesmo com o anúncio do pagamento, ela percebeu que se tratava de um caso de transfobia, por ela ser travesti.

Na segunda-feira (9), quando o BHAZ publicou a reportagem, Lara não se recordava do número e nome da linha de ônibus, mas uma testemunha do caso entrou em contato com a faxineira e informou a ela os dados. Diante disso, o BHAZ procurou novamente a Transcon para que a empresa que gerencia o transporte em Contagem se posicionasse.

A Transcon informou que a “administração municipal repudia qualquer tipo de discriminação, seja por agentes públicos ou funcionários de empresas que prestam serviços ao município de Contagem, e está em busca do esclarecimentos dos fatos”. Disse também que desde que recebeu o contato do BHAZ, está tomando todas as providências.

“Inicialmente, a falta de informação da denunciante sobre a linha de ônibus impossibilitou uma apuração mais ágil e precisa: 95% das linhas gerenciadas pela Transcon passam pelos pontos citados: ItaúPower Shopping e estação do metrô Eldorado. Diante disso, a autarquia teve que entrar em contato e aguardar o retorno das sete empresas que operam o sistema de transporte coletivo municipal. No entanto, com a identificação da linha de ônibus pelo BHAZ na manhã de terça-feira (9), facilitou o processo. A empresa responsável pela linha, que já havia sido contactada, foi novamente comunicada pela Transcon”, informou o órgão.

Trecho da nota da Transcon à empresa de ônibus (BHAZ/Reprodução)

O regimento do transporte coletivo municipal prevê que as empresas concessionárias têm o prazo máximo de 30 dia para responder as solicitações da autarquia. Para agilizar o processo de apuração, a Transcon enviou ofício estabelecendo o prazo de 48 horas para que a empresa envie as imagens do dia do fato denunciado.

Procurada novamente pelo BHAZ nesta quinta-feira (11), Lara S., que pediu para seu nome não ser divulgado por completo, informou que registrou a queixa na autarquia de Contagem e que aguarda a melhor apuração dos fatos pela Transcon. “Seria interessante que não apenas a Transcon, mas outras empresas que gerenciam os sistemas de ônibus e transporte em geral, criassem normas ou regulamentos que determinem como os funcionários devem lidar com esse tipo de situação pela qual passei”, sugere.

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