Uma travesti precisou ser internada no hospital João XXIII depois de ser atacada com água fervente nessa quarta-feira (11) na Penitenciária Professor Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que tomou “providências administrativas” para lidar com o caso.
De acordo com o histórico da Polícia Militar, a agressão ocorreu na cela 29 do pavilhão 4 da unidade prisional depois que a travesti, que cumpre pena, terminou o namoro com um outro detento. Inconformado com o fim do relacionamento, o homem teria fervido a água e jogado na vítima, além de agredí-la com socos e puxões de cabelo.
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Ainda conforme a PM, o homem teria ameaçado matar a travesti com uma faca.
Ela teve queimaduras na face, seios e costas. Já o homem foi espancado pelos demais presos da cela, que presenciaram a violência, e foi socorrido inconsciente, com várias lesões faciais para uma UPA de São Joaquim de Bicas.
Ao BHAZ, a Sejusp, pontuou que a penitenciária onde o caso foi registrado é uma unidade exclusiva para o público LGTBQIA+. “Foi instaurado pela direção da unidade prisional um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. Os envolvidos passarão pelo Conselho Disciplinar e poderão sofrer sanções administrativas”, informou o órgão.
Nota da Sejusp na íntegra
“Informamos que todas as providências administrativas foram tomadas pela direção da Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, em relação ao desentendimento ocorrido em uma das celas, entre dois custodiados, nessa quarta-feira (11).
Após intervenção dos policiais penais, constatou-se que um dos envolvidos apresentava ferimentos na face, seios e costas, em virtude do arremesso de água fervente, aquecida de forma artesanal. O outro envolvido foi agredido pelos demais presos da cela e apresentava ferimentos pelo corpo.
Imediatamente, ambos foram levados para atendimento em hospital da rede pública da cidade, onde permanecem sob observação. Eles estão estáveis e não correm risco de vida.
Foi instaurado pela direção da unidade prisional um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. Os envolvidos passarão pelo Conselho Disciplinar e poderão sofrer sanções administrativas. As investigações criminais são de responsabilidade da Polícia Civil.
Informamos ainda que a Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria é uma unidade exclusiva para o público LGTBQIA+.“