Três pessoas foram entubadas, em estado grave, após comerem uma torta de frango e empadas de uma padaria no bairro Serrano, na região Noroeste de Belo Horizonte, na noite dessa terça-feira (22). A Polícia Militar foi acionada por funcionários de dois hospitais, onde as vítimas deram entrada com suspeita de envenenamento.
Segundo o boletim de ocorrência, um casal, de 23 e 24 anos, comprou os alimentos na última segunda-feira (21) e foi visitar uma senhora, de 75 anos, cujo parentesco com eles não foi revelado. Os três comeram a torta e as empadas, mas perceberam que algo estava estranho.
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Eles, então, voltaram até a padaria e disseram que os produtos estavam estragados e azedos. Os funcionários do estabelecimento confirmaram que o “aspecto e o cheiro” da comida estavam incomuns e devolveram o dinheiro aos clientes.
À polícia, os funcionários disseram ainda que os salgados são produzidos por um padeiro, cujos dados pessoais a padaria não tem. Eles relataram que as tortas vendidas haviam sido produzidas no sábado (19) e estavam congeladas para aquecimento no momento da entrega ou exposição na estufa.
Os militares entraram em contato com o dono da padaria que, ao chegar ao local, afirmou que havia contratado um padeiro “freelancer” e não tinha o contato nem o endereço dele. O proprietário disse ainda que o funcionário teria prestado serviço por apenas seis dias, sendo o último deles no domingo (20).
O empresário declarou, ainda, que os pagamentos eram feitos em espécie ao final de cada dia e, por isso, não tinha recibos de pix ou transferência com os dados do padeiro.
Vítimas
A mulher, de 23, e o homem, de 24, começaram a se sentir mal e buscaram atendimento médico em um hospital de Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais, onde moram. No local, eles foram entubados em estado grave.
Já a vítima mais velha, de 75 anos, teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada pelo filho. Ela também foi entubada em estado grave, em um hospital de Venda Nova, em BH.
Os médicos suspeitam de envenenamento por possíveis substâncias, como carbamato, organofosforado e toxina botulínica.
Investigação
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que deslocou uma equipe da perícia oficial e policias ao local dos fatos, onde foram realizados os primeiros levantamentos e a coleta de vestígios que irão subsidiar a investigação. Uma amostra de produtos, que se encontravam expostos para venda, foi apreendida para exames periciais e a corporação aguarda a conclusão dos laudos.
“O representante legal do estabelecimento foi conduzido para ser ouvido, por meio da Central Estadual do Plantão Digital. O padeiro, até o momento, não foi localizado e outras informações poderão ser repassadas após a conclusão dos trabalhos de polícia judiciária”, destaca a PCMG.