Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a cada 650 recém-nascidos no Brasil um nasce com a condição chamada de fissura labiopalatal, conhecida popularmente como lábio leporino. O que muita gente ainda não sabe é que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) oferece atendimento pré-operátorio gratuito para crianças com esse problema.
As fissuras labiopalatais são malformações congênitas caracterizadas por aberturas ou descontinuidade das estruturas do lábio e/ou palato. Elas estão relacionadas a fatores genéticos e ambientais. E, além de alteração fácil, também podem afetar a fala de seus portadores, assim como a autoestima dos mesmos.
No Projeto NAM (Naso-alveolar Modelador), da UFMG, uma equipe de especialistas recebe bebês e gestantes para fazer acompanhamento gratuito dos casos. O objetivo é garantir uma melhor recuperação dos pacientes e orientar as famílias a respeito do que deve ser feito. A iniciativa é uma parceria com o Hospital da Baleia. No vídeo abaixo, produzido pela UFMG, o coordenador do projeto, professor Henrique Pretti, comenta a iniciativa. Assista!
Ao BHAZ, uma das gestoras do NAM, Rosanna Severgnini, conta que o projeto vai completar dois anos em janeiro de 2019 e orienta que pais e responsáveis levem as crianças para receber atendimento quanto antes. “Os interessados devem fazer contato e marcar a consulta, que é gratuita. Lá, as crianças são avaliadas e indicamos a realização de exames, caso necessário, além de todo o tratamento”, disse.
A dentista, que também é especialista em Estudos de Saúde, ainda explica que o projeto é destinado para crianças, mas que não há uma idade específica para que passem pelo atendimento. “A gente recomenda que as crianças sejam levadas o quanto antes. A primeira cirurgia geralmente ocorre aos seis meses de idade, então quanto antes a criança for tratada melhor. A cartilagem do lábio pode ser melhor modelada e adaptação e resultados costumam ser mais relevantes”, conta.
Segundo Rosanna, além de influenciar nos resultados, o tratamento ágil também ajuda a diminuir gastos com os procedimentos e o número de cirurgias que um paciente com lábio leporino pode realizar ao longo da vida. “Geralmente, até os 18 anos, os pacientes passam por cerca de cinco cirurgias, o que pode ser evitado com o tratamento logo nos primeiros dias de vida”, explica.
O Projeto NAM não tem um número de vagas específicas e atende, até o momento, todos os pacientes que recebe. Desde que ele existe, a equipe já acompanhou a recuperação de pelo menos 50 crianças. As consultas ocorrem às quartas-feiras pela manhã. Outras informações podem ser obtidas por meio do telefone (31) 3409-2431 ou pelo whatsapp (31) 99220 4998.
