Vacinas contra Covid, crack e cocaína tornam UFMG finalista de prêmio internacional

12/05/2023 às 16h16
Helton Santiago (à esquerda) e Frederico Garcia (à direta) são finalistas do Prêmio Euro Inovação na Saúde (Divulgação/UFMG)

Dois pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais estão entre os finalistas do Prêmio Euro Inovação na Saúde, que reconhece grandes inovações na área médica. Helton Santiago, do ICB (Instituto de Ciências Biológicas), e Frederico Garcia, da Faculdade de Medicina, podem ganhar um prêmio de 500 mil euros.

As vacinas estudadas pelos professores buscam meios inovadores de combater a covid-19 e os efeitos de drogas como cocaína e crack (leia mais abaixo).

A premiação registrou candidatos de 17 países da América Latina e vai contemplar três vencedores em quatro categorias: Inovação tecnológica aplicada à saúde, Inovação em terapias, Inovação em processos relacionados à saúde e Inovação social e sustentabilidade em saúde.

Serão selecionadas três iniciativas por categoria, totalizando 12 ganhadoras que representam as diversas soluções que fomentam a inovação em saúde na América Latina. O valor total da premiação é de 1,05 milhão de euros que será distribuído para até 12 iniciativas. Serão 11 prêmios no valor de 50 mil euros e um prêmio único destinado à iniciativa destaque, no valor de 500 mil euros.

Para votar, é necessário ser médico com registro em um dos países com participação da farmacêutica financiadora da premiação. A votação está aberta até 28 de junho neste link.

SpiN-Tec contra a Covid-19

Um dos projetos da UFMG que concorre ao prêmio é a SpiN-Tec: plataforma de desenvolvimento de uma vacina inovadora para covid-19 desde a concepção. Os testes clínicos são coordenados pelo professor Helton da Costa Santiago, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB. 

A SpiN-Tec é uma das poucas vacinas em desenvolvimento contra a covid-19 que estimula a imunidade celular, propiciando uma proteção mais duradoura contra partes do vírus que não variam muito. Segundo o professor Helton Santiago, ser finalista do prêmio é o reconhecimento a um trabalho que busca melhorias nas condições de saúde da população.

“Estar entre os finalistas é muito importante porque significa o reconhecimento de uma grande equipe de trabalho multiprofissional e transdisciplinar. Concebemos uma vacina desde o seu conceito molecular e imunológico, buscando uma estratégia pouco visada pela indústria farmacêutica, que é a de induzir imunidade celular. Essa estratégia utilizada tem a vantagem de ajudar na defesa de todas as variantes do vírus”, explica.

Calixcoca contra as drogas

Já a outra iniciativa que concorre ao prêmio é a Calixcoca – Vacina terapêutica para o tratamento da dependência em cocaína e crack.

Coordenada pelo professor Frederico Duarte Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina, a iniciativa trata da vacina anticocaína, formulação terapêutica com grande potencial no tratamento da dependência das duas drogas.

Para o professor, a vacina possibilita que os pacientes com dependência possam se reinserir socialmente. “Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia da vacina nesta aplicação. Ela aporta uma solução que possibilita aos pacientes com dependência voltarem a realizar os seus sonhos”, diz.

O projeto já teve a fase de testes pré-clínicos concluída. Agora, a equipe busca financiamento para avançar à etapa de testes humanos. “Até então, esse projeto foi inteiramente desenvolvido com recursos governamentais. Para restaurar a liberdade das pessoas com dependência e prevenir as consequências fetais, precisamos dar início aos estudos com humanos. Acreditamos que o Prêmio Euro pode viabilizar esse sonho”, projeta o professor.

Isabella Guasti

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

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Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

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